A estiagem prolongada nos últimos meses, agravada pelas altas temperaturas e chuvas escassas, vem preocupando os cafeicultores nos quase 7 mil hectares de café atendidos pela Capal Cooperativa Agroindustrial.
A safra de café 2020/2021 vinha apresentando desempenho satisfatório por conta dos bons índices pluviométricos alcançados desde o ano passado, mas a tendência foi interrompida entre os meses de fevereiro e março, quando foi registrada a última chuva significativa da região.
De acordo com dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o mês de abril apresentou o maior índice de seca dos últimos 23 anos (desde 1998) em diversas cidades do Paraná. Pela situação preocupante, o governo estadual decretou, na última semana, situação de emergência hídrica na região metropolitana de Curitiba e no sudoeste do estado.
Já segundo o levantamento Monitor das Secas, o estado de São Paulo registrou a pior condição de seca no Brasil em março, com 4% de seu território com seca excepcional, a categoria mais severa da escala.
Além da murcha de plantas, escaldadura e quebra na granação dos frutos nas lavouras mais jovens de café, o estresse hídrico também prejudica os cafezais já formados, sobretudo as variedades de ciclo longo, cujos frutos ainda não atingiram o ponto máximo de expansão e maturação fisiológica.
Compensação
“Acredita-se que a quebra chegue próxima a 20% até a primeira semana de maio, podendo se agravar se a estiagem persistir por muito tempo”, observa Fernando Evangelista, agrônomo da Capal. Para ele, resta a expectativa de compensar essas perdas com o valor de mercado da saca de café, que tende a superar os valores comercializados no mesmo período do ano passado.
Essa não é a primeira vez que a falta de chuva no final da safra prejudica a produtividade das lavouras da região. José Valdir da Silva, cooperado da Capal em Fartura (SP), compara a safra atual com o cenário desfavorável ocorrido em 2019. “Parece que o grão está avermelhando, mas não está. Na verdade, o grão está amadurecendo forçado, você percebe que ele fica alaranjado. Hoje, se passar a colheitadeira, não sai nada, então depois tem que passar a máquina mais umas tantas vezes e isso vira só em custo”, detalha.
Seguindo as orientações da assistência técnica, o cafeicultor, na companhia do agrônomo da cooperativa, realiza o manejo da lavoura com a intenção de diminuir as consequências da estiagem. “Ainda mais se não chover nos próximos dias, não temos o que resolver na lavoura. Então, a esperança para equilibrar a quebra está no trabalho confiável de comercialização junto à cooperativa, que sempre zelou pelos cooperados no momento da negociação”, finaliza José Valdir.
Sobre a Capal Cooperativa Agroindustrial
Fundada em 1960, a Capal conta atualmente com mais de 3,2 mil associados, distribuídos em 21 unidades de negócios nos estados do Paraná e São Paulo. A cadeia agrícola responde por cerca de 65% das operações da cooperativa, produzindo mais de 734 mil toneladas de grãos por ano, com destaque para soja, trigo, milho e café. A área agrícola assistida ultrapassa os 153 mil hectares. O volume de leite negociado mensalmente é de 12 milhões de litros, proveniente de 320 produtores. Além disso, a cooperativa comercializa mais de 31 mil toneladas de suínos vivos.
As informações são da Capal Cooperativa Agroindustrial.