O relatório mensal do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) aponta que o Espírito Santo superou o seu recorde de exportação do canéfora (conilon) e está a 12 mil sacas de alcançar também o maior volume de exportação do café solúvel.
Nos onze meses deste ano já foram exportadas 4,4 milhões de sacas de canéfora (conilon) e 347 mil sacas de café solúvel. O recorde anterior de embarque de conilon era de 2015, mas a última melhor marca na exportação de solúvel foi há 15 anos.
Os fatores que contribuíram para o bom desempenho das exportações, tanto do canéfora como do solúvel, são, em parte, os mesmos, já que a principal matéria prima do café solúvel é o canéfora. Assim, o fato de o café conilon estar mais competitivo do que o robusta do Vietnã no mercado internacional, o dólar mais valorizado, e o fato de o consumo de café em casa ter aumentado devido à pandemia, explicam o resultado dessas duas variedades. No caso do solúvel, também contribuiu a tradição industrial do Espírito Santo e a credibilidade junto aos clientes no exterior.
Para o Presidente do CCCV, Márcio Candido Ferreira, tal desempenho da exportação de solúvel representa muito para a cafeicultura capixaba, visto que esse produto industrializado possui maior valor agregado, além de ser mais lucrativo do que a exportação de café crú. Segundo ele, além de toda relevância para a economia interna que a exportação de solúvel incorpora, gerando empregos, devido à realização de mais uma etapa de seu processo produtivo em terras brasileiras, o café solúvel tem a vantagem de oportunizar a abertura de mercados para o Brasil em países com pouca tradição no consumo de café, como por exemplo o grande mercado chinês, tradicional consumidor de chás.
As exportações totais caíram 26% em novembro em relação ao mês passado. Foram embarcadas 121 mil sacas de café arábica, 318 mil sacas de canéfora e 30 mil sacas de café solúvel, tendo todas as espécies de café registrado volumes inferiores ao mês de outubro. De janeiro a novembro deste ano os embarques somam 5,9 milhões de sacas, indicando um crescimento de 11% frente a igual período de 2019 e de 2,5% em relação a todo o ano passado. Até aqui as exportações em 2020 já representam o terceiro maior volume da história, atrás dos anos de 2002 e de 2015, quando foram exportadas 8 milhões e 6,4 milhões de sacas respectivamente.
Devido à baixa dos preços internacionais, a receita cambial no ano de 2020 acumula a cifra de US$ 502 milhões, bem próxima da que foi registrada em 2019, apesar do incremento do volume exportado neste ano. O preço médio de uma saca de café em 2020 está em 85 dólares contra 95 dólares na média de janeiro a novembro de 2019.
As informações são do Centro do Comércio de Café de Vitória.