O Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) aponta que o Espírito Santo exportou, em julho, o maior volume mensal de café canéfora (conilon): 573.717 sacas. A última vez que o estado havia exportado um número tão alto foi em 1991, com 546.769 sacas.
No total, as exportações de café somaram, no mês passado, 701.075 sacas de 60 quilos, incluindo também o arábica e solúvel. A receita cambial verificada no mês foi de 62 milhões de dólares.
Para o presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), Jorge Nicchio, o feito se justifica pela ampla oferta global de café que derrubou os preços internacionais, fato que, somado à qualidade do conilon capixaba e à ausência de oferta de café robusta pelo Vietnã, principal concorrente do Brasil, atraiu os importadores.
“Outro motivo foi a crise hídrica verificada no Espírito Santo em 2016 e 2017, que acabou por fazer com que nossos produtores otimizassem suas técnicas de irrigação e renovassem os cafezais, o que provavelmente ocorreria só no ano que vem , antecipando os efeitos de uma alta produção em 2019”, afirma Jorge.
Para o presidente do Centro, o momento é delicado por conta dos preços baixos e do aumento dos custos. Ele acredita que esse cenário deve ser analisado pelo produtor, com atenção na lavoura e no pós-colheita. “É preciso também reduzir o `custo Brasil´, que onera nossas exportações e retira margens que permitiriam remunerar melhor nossos produtores”, conclui.
Ao todo, 46 países compraram os cafés do Espírito Santo em 2019. Os cinco maiores importadores são Bélgica (15,5%), Estados Unidos (15,1%), México (8,9%), Reino Unido (8,8%) e Itália (8,7%).
As informações são da Folha Vitória.