A mecanização das lavouras tem sido adotada nas principais culturas produzidas no Brasil. Na cafeicultura, algumas regiões têm menor nível de maquinário em campo, principalmente em decorrência do relevo mais acentuado, que dificultam instalações e trabalhos.
No caso da irrigação para áreas mais planas, como o Cerrado Mineiro, por exemplo, o Pró Reitor e pesquisador da Uniube, Andre Luis Teixeira Fernandes, explica que a escolha do sistema correto pode influenciar financeiramente. “Quando a irrigação é automatizada e/ou mecanizada, como no caso dos pivôs centrais (para regiões mais planas) e gotejamento, os gastos com mão de obra são consideravelmente minimizados”, aponta.
Dentro desse sistema, o professor explica que é possível, ainda, adotar a fertirrigação. “Especificamente para os cafeicultores que adotam o pivô central, a mecanização de várias atividades é ainda mais vantajosa com o uso do próprio equipamento de irrigação para aplicação de fertilizantes, corretivos e defensivos com a água, permitindo desta forma a redução de pelo menos 10 operações tratorizadas/ano”.
Contudo, mesmo em áreas de inclinação André indica que os produtores devem observar opções específicas para aplica-las em seus casos. “Mesmo nas regiões com relevo mais ondulado, por exemplo, no Sul e Matas de Minas e Espírito Santo, a mecanização das lavouras é cada vez mais necessária, já que grande parte dos custos de produção do café nestas regiões é devido à mão de obra, principalmente da colheita”, aponta.
Do ponto de vista econômico, o engenheiro agrônomo, que tem Mestrado em Irrigação e Drenagem, alerta que o valor do processo pode ter grande variação. “Os custos de implantação de uma lavoura de café, até a primeira produção, chegam a R$ 20 mil/hectare. Para o cafeeiro em produção, por ano, os gastos chegam a R$ 12 mil/ha”, explica André, lembrando que o investimento é, por outro lado, garantia de que não faltará água para manter saudáveis os cafeeiros em suas fases fenológicas cruciais para a produção, como a floração, frutificação e enchimento de grãos, a colheita é enormemente comprometida.
Para abordar os custos dos principais sistemas de irrigação para o cafeeiro, Andre Luis Teixeira Fernandes produziu um gráfico. “Pode-se observar que, para irrigar a lavoura, o cafeicultor tem opções que variam de 920 a 2.000 dólares por hectare”, comenta.
Veja, abaixo, o gráfico:
“Se convencido das vantagens de irrigar sua lavoura, o produtor deve conhecer os principais sistemas disponíveis, respeitar as legislações ambientais para que o projeto seja viável (licenciamento ambiental, outorga), realizar todas as análises e levantar todas as informações que cada sistema exige para que o empreendimento tenha sucesso, como levantamento planialtimétrico, quantidade e qualidade de água, fonte de energia, relevo, variedade e espaçamento do café, dentre outras”, indica o especialista.
- (+ Saiba mais: Irrigação na cafeicultura: seis sistemas possíveis)