A estimativa do 2º Levantamento da Safra de Café de 2021, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que a produção de café em Minas Gerais deve ter uma redução de 32,6% na safra 2021/2022, em comparação com a safra passada.
Apesar disso, a Conab destaca um aumento da área em produção do café arábica, entre o primeiro e segundo levantamento, de 1,38 milhão de hectares para 1,45 milhão. Este fator explicaria a melhora da previsão de safra, na comparação com o levantamento divulgado em janeiro, quando a estimativa de perdas era superior a 40%.
A queda na colheita dos cafezais mineiros será mais acentuada do que a prevista para o total do País, estimada em 22,6%. Isto porque Minas Gerais é responsável por cerca de 70% do volume nacional do café arábica, que é a variedade que mais sofre com o fenômeno da bienalidade negativa, em que as plantas produzam menos em anos alternados.
O gerente de Acompanhamento de Safra da Conab, Maurício Lopes, destaca o fator fisiológico da cultura de café, chuvas em menor quantidade e de forma irregular registradas em 2020 também prejudicam o rendimento das lavouras em 2021. “Além dos problemas climáticos de falta de chuvas em muitas regiões produtoras no ano passado, essa redução decorre também do fato desta safra ser marcada pela bienalidade negativa, quando os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, como podas, esqueletamentos ou até recepas, em áreas que só entrarão em produção nos próximos anos”, disse.
A redução da oferta do café arábica neste ano tem refletido na valorização do produto. Na região Sul de Minas, a saca de 60 kg foi negociada por até R$ 835, entre os dias 10 e 16 de junho, de acordo com levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). O valor é cerca de 80% maior do que o praticado há um ano na região.
Para o gerente regional da Emater-MG em Manhuaçu, na Zona da Mata Mineira, Rômulo Mathozinho, é importante que os cafeicultores, neste ano de baixa produção, aproveitem para recuperar as lavouras que sofreram um desgaste maior devido a uma carga muito alta de frutos na safra anterior.
“Os nossos técnicos orientaram os produtores a realizar podas de renovação, principalmente naquelas lavouras que ficaram mais depauperadas. Em alguns casos, é recomendado até mesmo o replantio, até com novas variedades, mais produtivas. Então, isso faz com que o parque cafeeiro seja sempre renovado. Por isso, a orientação técnica é fundamental para o sucesso da cafeicultura”, afirma o engenheiro agrônomo.
As informações são da Emater-MG.