Após ouvir inumeráveis histórias sobre a dificuldade de se adequar à NR 31 – Norma Regulamentadora da Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, Marcos Roberto Barbosa se voltou para as novas necessidades de produtores e empregados no campo.
Uma das principais demandas da Norma se refere à obrigação do empregador rural ou equiparado em “garantir adequadas condições de trabalho, higiene e conforto, definidas nesta Norma Regulamentadora, para todos os trabalhadores, segundo as especificidades de cada atividade”.
E foi o pedido de um cliente especial que fez com que Marcos quebrasse a cabeça para suprir duas demandas essenciais ao dia a dia dos trabalhadores do café. Um banheiro e uma área de convivência, ou refeitório se tornava um entrave para os campesinos que fazem tratos culturais e, principalmente, a colheita do café.
Marcos Roberto Barbosa apresenta seu modelo de banheiro e área de vivência móveis, durante a Femagri, em Guaxupé (MG)
“O Seu Carlos Paulino (presidente da Cooxupé), me pediu para pensar em uma maneira de melhorar o banheiro. Um meio de leva-lo de uma parte a outra da lavoura”, conta Marcos. Para solucionar o problema, banheiros e área de vivência com rodas e engatáveis nos tratores. Ao invés de banheiros químicos, vasos sanitários reforçados com fibra, caixa de dejeto e capacidade para até 140 descargas.
Com sua empresa, a Gran Maq, Marcos expôs na Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas – Femagri 2017 os modelos com opção do banheiro acoplado ao refeitório, ou cada um deles com seu carrinho independente. Para chegar até os modelos comercializados hoje foram cinco anos de modificações e evolução. “Chegamos a ter modelos de refeitório em madeira no início, mas vimos que era difícil manter limpo, então fomos adaptando”, explica.
Filho de João Batista Barbosa, que já trabalhava com concerto de maquinário voltado para o café há pelo menos 30 anos, Marcos herdou mais do que o gosto pelo setor. “Nós ouvimos os produtores e os trabalhadores, principalmente”, revela ele, acompanhado pelo pai na Feira.
Com mais de 300 peças vendidas para diversas regiões produtoras do país, Marcos explica que o objetivo é tornar a empresa referência. “Minha intenção é fazê-la grande. Estamos sempre tentando aprimorar os modelos. Temos agora 12 funcionários e cada um tem sua família, é muito importante mantê-los e depois crescer”, completa Marcos, que quer diversificar a produção para outros maquinários.