A britânico Co-operative Group (Co-op) destaca seu compromisso contínuo de gastar mais de 0,7% de seu lucro em ajuda internacional. Também une forças com a Fairtrade Africa e a Fairtrade Foundation para apoiar os produtores no combate aos efeitos das mudanças climáticas.
Este anúncio vem junto com o lançamento de seu último relatório, Justiça Climática para as Pessoas e o Planeta, que clama por maior responsabilidade empresarial. Com isso, a empresa visa proteger e investir na resiliência e na transição das cadeias de abastecimento globais durante a crise climática.
“Como vimos ao longo da pandemia, dependemos do sistema alimentar global para os alimentos que apreciamos aqui no Reino Unido. No entanto, a realidade é que, para muitos de nossos fornecedores, a crise climática é tão imediata e urgente quanto o impacto da covid-19”, explicou Jo Whitfield, CEO da Co-op Food.
Segundo Jo, é crucial garantir que os produtores em países de baixa renda recebam apoio adequado para cobrir os custos de adaptação às mudanças climáticas e transição para a produção de baixo carbono.
Esta parceria com a Fairtrade da África garantirá que os produtores da região sejam apoiados com sua área total de cultivo adequada estimada em redução à metade em 2050. “A Cooperativa está lado a lado com os produtores Fairtrade, garantindo uma abordagem centrada no agricultor para adaptar e mitigar os piores efeitos das mudanças climáticas e canalizando fundos cruciais para as áreas de maior necessidade de uma maneira flexível e responsiva”, explicou Chris Oluoch, Diretor de Programas da Fairtrade Africa.
Isso segue a decisão do governo do Reino Unido de não retornar ao seu compromisso de investir 0,7% da Renda Nacional Bruta em ajuda internacional e desenvolvimento. Atualmente, o governo reduziu essa ajuda para 0,5%, o que equivale a quase AU $ 7 bilhões em financiamento.
A Co-op conversou com 650 membros do parlamento contra a moção do governo, usando seu novo relatório para mostrar os impactos que esse financiamento reduzido terá nas comunidades internacionais afetadas.
Em 2009, durante as negociações sobre o clima da ONU em Copenhague, os países mais ricos do mundo concordaram em gastar US$ 100 bilhões por ano em financiamento para as mudanças climáticas até 2020. Embora tenha havido progresso e ainda continue sendo uma meta fundamental do Acordo de Paris, a meta não foi alcançada.
De acordo com o relatório da Co-op, é vital que o progresso coletivo seja feito durante a Conferência de Mudança Climática das Nações Unidas 2021 (COP-26) ao discutir o compromisso de US$ 100 bilhões para investir na resiliência e adaptação ao clima.
O novo investimento na África ajudará a apoiar a estratégia climática do Comércio Justo e gerar mais ações no terreno, beneficiando os produtores na linha de frente da crise climática. Esta nova abordagem também reunirá o investimento atual da Cooperativa de projetos individuais em um programa estratégico abrangente dirigido pelos próprios produtores.
Este compromisso faz parte do plano de ação de mudança climática de 10 pontos da Co-op, que foi anunciado em maio de 2021. Este plano estabelece um roteiro de como a Co-op alcançará emissões zero de carbono até 2040.
“Globalmente, 2020 foi o ano mais quente já registrado, enquanto que 2011-2020 foi a década mais quente registrada. Como consequência da mudança climática, espera-se que a área total de terras adequadas para a cafeicultura caia pela metade até 2050, o que será devastador para as comunidades que dependem do café para sua subsistência. Nossa parceria com a Fairtrade Africa terá investimentos de longo prazo para apoiar os produtores a se adaptarem e mitigarem as mudanças climáticas e garantirem seus meios de subsistência para o futuro, tudo isso possível graças aos membros e clientes Co-op”, disse Whitfield.
As informações são do Global Coffee Report / Tradução Juliana Santin