Durante reunião da Organização Internacional do Café (OIC), realizada na última segunda-feira (17) em Londres, Reino Unido, ocorreu o lançamento da e-book Women in coffee in Brazil, um trabalho da Embrapa e a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil), com apoio do Programa Coopergênero do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Itaipu Binacional, Solidaridad Network, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres e Consórcio Pesquisa Café.
Mais de 40 autores colaboraram com a produção de cerca de 300 páginas e 17 capítulos, que descrevem a realidade nos cinco principais estados cafeeiros do Brasil: Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Bahia e Rondônia. Os destaques foram as mulheres que trabalham em pequenas propriedades.
O livro reúne desde histórias de cafeicultoras que dedicam seus esforços no campo e no cultivo até o preparo do café para consumo nos mais diversos ambientes. A memória oral das trabalhadoras, que relembram parte de suas vidas vinculadas à cultura – em sua maioria localizada em pequenas propriedades – está em um dos capítulos da publicação e reflete a importância econômica, social e ambiental desse segmento.
No final do e-book foi inserido um questionário aberto aos leitores, cujas respostas serão recebidas por um sistema informatizado, com o objetivo de coletar sugestões e críticas para a segunda versão, já em fase de elaboração.
“Foi um trabalho de pesquisa colaborativo que evidencia a contribuição das brasileiras para que nosso País mantenha a liderança mundial”, disse a presidente da Aliança Internacional das Mulheres do Café, Josiane Cotrim. “Foi uma honra para mim participar deste momento que começou a ser construído em 2012 e que de lá pra cá resultou na construção de uma rede de contatos unida no mesmo objetivo que foi construir esse e-book”, explicou.
Só na região da América Latina e do Caribe, são 58 milhões de mulheres rurais, no Brasil, aproximadamente 15 milhões. Mas, apesar de contribuírem tanto com o desenvolvimento e a segurança alimentar, o relatório regional Nações Unidas Mulheres 2017, "Progresso das mulheres na América Latina e Caribe", aponta que elas enfrentam restrições, discriminação social e preconceito de gênero.
Mulheres no campo
Segundo dados preliminares do Censo Agropecuário 2017 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), 18,6% das propriedades rurais do País estão sob a responsabilidade de mulheres. Cerca de metade delas trabalha em propriedades de 1 a 10 hectares, e 25% de 11 a 50 hectares.
Do total de um bilhão de pobres do mundo, estima-se que 70% sejam mulheres. Elas são proprietárias de menos de 1% das propriedades rurais do planeta. O Banco Mundial estima que mais de 500 milhões de pessoas dependam da atividade cafeeira para sobreviver. Dessas, 25 milhões são agricultores e boa parte vive em condições precárias. As mulheres enfrentam ainda outros desafios. Além da luta diária pela manutenção de um padrão respeitável de vida, sofrem com o problema da inequidade de gênero que prevalece em diversas regiões do planeta. (Fonte: IWCA Internacional)
As informações são da Embrapa Café.