Problemas enfrentados pelo clima resultam em uma estimativa de queda de 20% na colheita do café em Minas Gerais. Segundo a Empresa de Assistência Rural de Minas Gerais (Emater), a expectativa inicial, neste ano, era de que fossem colhidos cerca de 33 milhões de sacas. A nova previsão é de uma safra de 26 milhões de sacas.
O café é um dos principais geradores de renda no estado. O grão é cultivado em mais de 600 dos 853 municípios mineiros, sendo a principal atividade econômica em 340 deles. Cerca de 4 milhões de empregos são gerados em toda a cadeia do setor.
O gerente do Departamento Técnico da Emater, Bernardino Cangoussu, explica que a produção é bianual: de dois em dois anos há uma grande safra, que costuma dar fôlego para os produtores. Neste ano, era esperada uma colheita maior, para compensar os produtores, o que não ocorreu.
Para o produtor Luiz Fernando Ribeiro, de Areado, do Sul de Minas, depois que uma geada atingiu a fazenda, ele teve que erradicar metade da lavoura, e o restante está em processo de recuperação.
A expectativa era colher 5 mil sacas de café neste mês, e a perda chegou a mais de R$ 6 milhões em faturamento – parte do prejuízo foi coberta pelo seguro. Segundo Luiz Fernando, para os produtores menores está sendo ainda mais difícil.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a dezembro do ano passado, o custo do café para os consumidores subiu 56%. O economista e colunista da CBN, Paulo Pacheco, diz que, com esses problemas, o valor pode crescer ainda mais.
“Vai subir. Existe uma pressão de alta. O Brasil é quase 40% do comércio de café do mundo. Então, o que acontece aqui, primordialmente em Minas Gerais, reflete no mundo inteiro. Se Minas Gerais fosse um país, seria o maior produtor mundial de café (…) Então, é o preço internacional do café, que não tem como a gente mexer, versus a oferta, que está menor, e o Brasil é causador disso, dólar e os custos da indústria”, explica.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) divulgou um alerta de risco de geada entre os dias 17 e 23 de maio. Produtores já estão se mobilizando para mitigar os danos e evitar novos prejuízos.
As informações são do G1MG e CBN.