O cultivo de café conilon vem recebendo um incentivo a mais nos municípios mineiros do Vale do Suaçuí, no Leste de Minas Gerais. A iniciativa envolve a Emater-MG, que atua na promoção de eventos técnicos e assistência aos cafeicultores e prefeituras, e realiza ações como a distribuição de mudas.
Um dos principais objetivos é levar mais conhecimento aos cafeicultores do Vale do Suaçuí, que abrange os municípios de Água Boa, José Raydan, São Pedro do Suaçuí, Santa Maria do Suaçuí e São José do Jacuri. É o caso do 1º Circuito Técnico do Café Conilon do Vale do Suaçuí, previsto para ocorrer no segundo semestre de 2023. “O formato do evento será de dia de campo, com palestras técnicas e troca de informações entre extensionistas e produtores de conilon na região do Vale do Suaçuí”, diz o técnico da Emater-MG, Bryan Carvalho.
O técnico do escritório de José Raydan, também, ressalta a criação de um grupo de cooperação técnica, voltado para a cultura do café conilon e troca de informações sobre ações de incentivo e assistência técnica aos cafeicultores.
Bryan revela, ainda, que está sendo analisada a possibilidade da realização de um concurso de qualidade voltado para o café conilon. “As ações adotadas vão contribuir para o desenvolvimento da cultura na região, expansão da área cultivada, aumento de produtividade, agregação de valor ao produto final, geração de empregos na cadeia produtiva e crescimento econômico no Vale do Suaçuí”, afirma.
Distribuição de mudas
A distribuição de mudas também tem sido uma forma de incentivar o cultivo da variedade na região. Em 2022, a prefeitura de José Raydan doou cerca de 70 mil mudas clonais para os produtores locais, mas novas doações ainda estão previstas. Além disso, os 20 cafeicultores beneficiados estão contando com a assistência técnica do escritório local da Emater-MG, desde o plantio das lavouras até o beneficiamento dos grãos.
A maior parte dos produtores de café conilon do Vale Suaçuí se concentra no município de José Raydan. São 100 cafeicultores no total. A variedade é cultivada em cerca de 100 hectares. Os cafezais irrigados ocupam 40% dessa área.
Mateus Venturini de Oliveira é um dos produtores que cultivam café conilon. Ele se mudou do estado do Espírito Santo para o município de José Raydan, em 2015. O cafezal de sua propriedade possui 20 hectares em produção. Toda a área é irrigada. Para a safra 2022/2023, ele espera colher quase 2 mil sacas de 60 quilos. “Com a irrigação, a produtividade da lavoura é melhor e o retorno financeiro também”, afirma o cafeicultor.
Tradicionalmente cultivado no estado do Espírito Santo, o conilon tem se adaptado bem ao Vale do Suaçuí. De acordo com o extensionista da Emater-MG, Bryan Carvalho, estima-se que as primeiras mudas tenham chegado à região há 15 anos, com agricultores que foram trabalhar em lavouras no Espírito Santo. “Nos últimos 5 anos, a cultura tem passado por uma grande expansão na região”.
A expectativa é que, na safra 2022/2023, a produção total de café conilon no Vale do Suaçuí chegue a cerca de 35 mil sacas. De acordo com Bryan Carvalho, a região possui uma nova área em formação com 150 hectares e, praticamente, 100% irrigada. “Nos próximos anos, os cafés do Vale do Suaçuí vão gerar ainda mais renda para os agricultores familiares e a região será reconhecida como ideal para lavouras produtivas e produção de cafés de ótima qualidade”, prevê.