Em outubro, as exportações de café brasileiro somaram 3.224.116 sacas, de acordo com o relatório mensal mais recente do Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. O número é maior do que o de setembro, com número total de 3 milhões de sacas. Contudo, o número ainda representa queda quando comparado a outubro de 2015, dessa vez de 8,7% nas exportações gerais e até 9,8% em embarques do grão verde.
Foto: Lucas Albin/Agencia Ophelia / Café Editora
Diferentemente dos meses anteriores, quando a greve alfandegária no Porto de Santos dificultou o levantamento, o processamento correto dos dados foi possível, pois o Cecafé coordenou um trabalho junto à Associação Comercial de Santos que permitiu o recebimento dos dados dos certificados de origem (fonte das informações que compõe o balanço de exportações).
“É interessante notar que houve um desempenho muito fraco no café robusta, reflexo ainda da seca no Espírito Santo, que prejudicou a produção. Contudo, o arábica mais do que compensou esse cenário, sendo o maior volume exportado nos últimos cinco anos, se for levado em consideração o mês de outubro. Desde 2010 não embarcávamos tantas sacas de arábica no mês de outubro”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
A boa performance do arábica, aliada à recuperação no preço médio, fez com que a receita cambial das exportações tivesse um aumento de 2,4% em relação ao mesmo período de 2015, ultrapassando, em outubro, US$ 550 milhões. No total, os cafés verdes somaram 2.893.140 sacas – 2.883.307 sacas de arábica e 9.833 de robusta -, queda de 9,8%.
O total exportado de janeiro até outubro de 2016 já atingiu 27.562.454 sacas, com receita de US$ 4,2 bilhões. A soma dos últimos 12 meses (nov/2015 até out/2016) registrou 34.309.851 sacas, com total de receita de US$ 5,2 bilhões. No ano safra (jul/2016 a out/2016), já foram exportadas 11.274.604 sacas de café brasileiro.
Principais destinos
Os principais destinos do café exportado pelo Brasil continuam sendo, pela ordem, Estados Unidos, com 5.275.219 sacas no período de janeiro a outubro de 2016, Alemanha (4.930.997 sacas), Itália (2.424.929 sacas) e Japão (2.008.007 sacas). No acumulado do ano civil (janeiro a outubro de 2016), 122 países consumiram o café brasileiro.
Cafés diferenciados
Em relação às exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, por exemplo), em outubro de 2016 foram 454.842 sacas embarcadas (2,7% a mais do que setembro, quando foram embarcadas 442.906), representando uma receita cambial de US$ 97,5 milhões.
No acumulado de janeiro a outubro de 2016, os cafés diferenciados representaram 18% dos embarques, com um total de 4.969.662 sacas, alcançando preços médios de US$ 192,81, aproximadamente 25,4% superiores à média total do café verde exportado.
Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados brasileiros representam 81,3% dos embarques. Os EUA continuam sendo o maior comprador deste tipo de café, com uma fatia de 21% do total de exportações – 1.021.883 sacas no período. Japão, com 15% (735.301 sacas), fica em segundo, seguido pela Itália com 11% (559.152 sacas).
Preços
O preço médio registrado em outubro de 2016 foi de US$ 170,92, com alta aproximada de 3,75% em relação ao mês anterior (US$ 164,74). Com a alta nos últimos quatro meses, a média para o ano civil está em US$ 153,77.
Portos
O Porto de Santos segue como principal via de escoamento da safra para o exterior, com 83,9% (23.112.858 sacas embarcadas) de participação no acumulado entre janeiro e outubro de 2016.