El Salvador se converterá em um centro regional do Instituto de Pesquisa Mundial de Café (WCR), dos Estados Unidos, segundo confirmaram os mesmos representantes do instituto. O lugar estaria localizado em Santa Ana e o apoio inicial para que pudessem se instalar veio do setor privado.

O membro da junta diretora do WCR, Edwin Price, disse que as organizações do setor privado no país contribuíram para o estabelecimento em El Salvador dos escritórios regionais do WCR. “Esses são nossos primeiros escritórios regionais para a indústria e para programas de pesquisa, de forma que é um momento muito especial para El Salvador”.

Os representantes das associações de café explicaram que esse centro estará instalado em Santa Ana e que já conta com os terrenos necessários para trabalhar.

O WCR é uma organização sem fins lucrativos que tem seu centro de operações na Califórnia. Em El Salvador trabalham de maneira direta com a Associação de Beneficiadores de Café (Abecafe) e com a Fundação Salvadorenha para Pesquisas de Café (Procafe). Um dos projetos emblemáticos na execução na busca de novas variedades para melhorar a produtividade e melhorar a qualidade do cultivo.

“Sem um instituto de pesquisa de alta qualidade, como o WCR, é impossível entrar em um projeto com o alcance que buscamos”, disse o presidente da Abecafe, Carlos Borgonovo.

Os produtores mostraram otimismo ante ao anúncio, porque El Salvador está em uma crise no setor cafeeiro há cinco anos, quando a depressão tropical E-12 marcou um ponto de inflexão para o cultivo.

Além de ter os níveis de produção mais baixos da história, a cafeicultura reporta perdas de mais de um milhão de empregos. As exportações caíram em US$ 304,6 milhões nos últimos cinco anos.

“São um instituto privado que vem com uma visão de 30 anos, de longo prazo, e podem fazer alianças com o Governo – que é o que vem fazendo ao redor do mundo – com as universidades, com quem queira unir-se”.

Atilio Magaña, presidente da Procafe, disse que El Salvador é parte de uma iniciativa global do WCR de ensaios simultâneos em vários países (IMLVT, por seu nome técnico abreviado em inglês). O plano é receber 44 variedades para provar como crescem e dão fruto com o clima local.

Essas variedades estão em parcelas que são propriedade da fundação e, segundo Magaña, no momento têm sido observados resultados mistos, ainda que as plantas não tenham chegado à maturidade necessária para se tirar conclusões.

El Salvador enviou sementes de pacamara ao resto de países que participam do IMLVT para que possam provar em seus climas. Uma vez que tenham registrado como sobreviveram os cafezais no parque salvadorenho, Ramos disse que distribuirão a informação. “Tem que chegar logo ao setor de café. Nosso trabalho é puramente técnico”.

Os arbustos de café no país têm 34 anos de produção sem parar. De acordo com informações fornecidas por Ramos, 52% da superfície cultivada com café tem a variedade bourbon, e 42 anos em média, enquanto 33% têm a variedade pacas e uma idade média de 28 anos.

Ramos disse que a instalação do WCR representa uma vantagem para os demais países também. “O tema esteve estancado. Como região, estávamos atrasados na pesquisa frente a países como Colômbia ou Brasil. Há dois anos, estávamos adiantados”.

Os representantes do setor privado na cafeicultura trabalham em um projeto para pedir financiamento aos órgãos multilaterais e assim ajudar o café.
O setor tem uma dívida que oscila entre US$ 200 a US$ 250 milhões. Além disso, os preços de exportação não compensam os custos de manutenção da planta e de proteção contra pragas.

Essa proposta para ter acesso a financiamento, todavia, não tem valores definidos, nem tampouco o objetivo específico ao que se destinará, mas há organismos multilaterais que confirmaram o interesse de apoiar o país com créditos em condições brandas.

As informações são do La Prensa Grafica / Tradução por Juliana Santin