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El Niño pode afetar reconstrução de estoques de café

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 24/04/2017

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As expectativas de reconstrução dos estoques de café podem ser afetadas pela possibilidade crescente de um El Niño forte, colocando os mercados de volta em uma mentalidade de escassez.

“Ainda é muito incerto dizer o quão extremo ele se tornará e a maioria dos meteorologistas apostou apenas em um evento moderado, mas com o passar do tempo, as ideias de um retorno a um El Niño forte não estão sendo descartadas tão rapidamente”, disse a analista Judith Ganes-Chase.

Segundo ela, os produtores não estão vivenciando um longo período de clima neutro. Normalmente há cerca de sete anos entre um El Niño e outro, porém, este ano, as temperaturas oceânicas voltarão a subir, criando condições para o retorno do El Niño em menos tempo.

O ressurgimento do El Niño prejudicará o que se esperava que fosse um período de reconstrução dos estoques. "As secas ligadas ao fenômeno terminaram tarde demais para ajudar a produção em 2016/2017 e, para algumas colheitas, até a safra de 2017/2018 podem ser prejudicadas, como a colheita de robusta do Brasil”, disse Ganes-Chase.

O El Niño foi leve e nunca se fortaleceu muito, o que ajudou a fornecer um benefício positivo para as áreas que foram anteriormente atingidas. O Vietnã, por conta das chuvas torrenciais que prejudicaram a qualidade da safra de café de 2016/2017, foi a exceção, sofrendo também com o florescimento errático para a próxima safra.

Os mercados estão apostando na recuperação da produção global nesta estação, apesar do ano de baixa na produção brasileira de arábica, porém, se o clima piorar, isso pode não ocorrer, aumentando os receios de escassez mais uma vez.

Por enquanto, o mercado de café continua saturado. “Os preços do café tendem a subir na entrada de maio, mas então, uma vez que ficar claro que o inverno está livre de geadas, o mercado começa a recuar e pressiona fortemente para baixo o peso da safra brasileira”, disse a analista.

“Como foi relatado mês passado, um estoque abundante das nações produtoras compensou a menor produção no ano passado. Embora o Brasil tenha tido uma queda nas exportações, outros pequenos países produtores compensaram essa redução. A safra total dos países produtores está sendo maior do que foi no ano passado, aumentando a cada mês”, analisa Ganes-Chase.

As informações são do Agrimoney / Traduzido por Juliana Santin 

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