Por Educampo
A colheita do café já está quase acabando, em paralelo a ela, as atividades de pós-colheita, que incluem secagem, beneficiamento e armazenamento seguem. O pós-colheita é uma atividade que pode exigir grandes investimentos em benfeitorias, máquinas e equipamentos. Além disso, é uma atividade de elevada intensidade dentro da propriedade rural, se caracterizando, por vezes, por necessitar de uma grande quantidade de mão de obra.
A busca por um café com maior valor agregado, com o objetivo de atingir um melhor preço médio de venda, e/ou a perspectiva de abertura de novos mercados, faz com que muitas propriedades invistam um elevado valor na atividade de pós-colheita, seja em infraestruturas ou na execução da atividade, entretanto, é preciso atenção para que haja um custo equilibrado, visando sempre o equilíbrio econômico.
Gráfico 1 - Custo com Pós-Colheita estratificado por região
Compreender o custo de pós-colheita é fundamental para tomar decisões de investimento e realizar ajustes que podem ser necessários no dia a dia da propriedade. Para isso, estratificamos na tabela abaixo o custo em pós-colheita das propriedades participantes do Educampo de acordo com a região em que estão localizados.
Tabela 1 - Componentes de custos, indicadores técnicos e econômicos relacionados às atividades de pós-colheita das propriedades participantes do Educampo
A região das Matas de Minas teve o maior desembolso em pós-colheita. Isso pode ser justificado pelas características edafoclimáticas da região, que exigem manejo mais intensivo no que envolve o uso de terreiros cimentados e secadores de fluxo de ar forçado em comparação ao Cerrado e Sul de Minas.
Ao analisar a tabela abaixo (Tabela 2), é possível observar que os superiores, apesar de obterem uma maior produtividade, não tiveram um maior custo em pós-colheita por hectare, não sendo possível observar uma correlação positiva entre a produtividade e o desembolso na atividade de pós-colheita. As fazendas superiores obtiveram, ainda, um preço médio de venda maior que a média, indicando que um maior gasto em pós-colheita não necessariamente se traduz num maior preço médio de venda.
Tabela 2 - Estratificação em inferiores e superiores, as fazendas participantes do Educampo, de acordo com o preço médio de venda atingido no biênio 2020/2022
Apesar das ferramentas de negociação que podem ser exploradas pelo produtor, como a fixação de preços, ou a comercialização baseada no mercado futuro, o preço médio de venda é um fator externo à propriedade, no qual o produtor possui influência limitada sobre ele. Por isso, é extremamente importante o produtor estar atento ao mercado, observando as oscilações de preço, e de posse do seu custo de produção, operar com retorno satisfatório. Lembrando que a produtividade e o custo de produção são indicadores que estão sob maior influência do produtor e também impactam significativamente a rentabilidade do negócio.
Dessa forma, prezado (a) produtor (a), discuta os dados descritos junto ao seu Consultor Especialista Educampo e trace estratégias que tenham impacto direto nos fatores apresentados, focando no potencial particular de sua propriedade.
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