Apesar da confirmação de safra recorde neste ano, próxima de 60 milhões de sacas de 60 kg, os estoques de café no Brasil estão praticamente zerados e o País terá um cenário de incerteza na próxima temporada com consumo mundial em amplo crescimento. A preocupação com o clima deve ditar o mercado. Veja abaixo a entrevista com o analista de Mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, para o site Notícias Agrícolas.
O site Notícias Agrícolas realizou uma entrevista com o analista de Mercado, Eduardo Carvalhaes, sobre os baixos preços na Bolsa de Nova York e as expectativas com essa nova safra.
Segundo ele, colhemos sim uma safra recorde, sendo um café necessário para cumprir os compromissos com o mercado externo. Porém, cada vez que ocorre uma desvalorização do real em frente ao dólar, significa mais real na mão dos produtores, logo a Bolsa de Nova York derruba a cotação tentando pegar uma parte dessa desvalorização para eles, o que complica o mercado físico.
O problema, segundo Carvalhaes, é que embora a safra 2018/2019 seja recorde, não sobraram muitos cafés da safra passada, o que pode prejudicar as exportações. Ele se preocupa com o clima: “se o tempo for bom já teremos uma safra 2019/2020 de arábica baixa em relação a este ano, agora se o tempo for ruim, não sei o que acontecerá, pois não teremos cafés o suficiente armazenado para suprir qualquer falta”.
Para o analista, a próxima briga é em relação ao mercado chinês, já que empresas estão fazendo investimentos para implantar o café. Grandes nomes como Nestlé, Starbucks e Coca-Cola já estão no país, tentando fortalecer as marcas no mercado asiático.