Hoje (18), o número de pessoas infectadas com o coronavírus no Brasil subiu para 350, com uma morte confirmada. É incerto o futuro da economia brasileira e, em relação ao café, como o mercado reagiu?
O CaféPoint conversou com o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, que afirma que é difícil saber como essa epidemia influenciará nos preços do café. “Os fatos se sucedem com uma velocidade alucinante e não sabemos quanto tempo a epidemia durará nem como será sua extensão em cada país consumidor ou produtor”.
Em relação ao consumo, Carvalhaes acredita em divergências, se ele realmente cairá. “Se por um lado os consumidores frequentarão menos cafeterias e restaurantes, por outro aumentarão o consumo nas residências. Não é possível também saber em que extensão a epidemia afetará os trabalhos de colheita e benefício da safra 2020/2021”.
Os trabalhos de colheita se iniciam em maio. O analista lembra que os trabalhos coincidirão com a época em que está previsto o pico da epidemia no Brasil. “Por essa razão, a entrada da nova safra poderá atrasar. Os lotes poderão chegar com velocidade menor ao mercado”.
Os donos da fazenda devem pensar em como agir neste período, já que grande parte dos colhedores de café viajam por muitas horas de ônibus e ficam em alojamentos coletivos nos meses de colheita.
Carvalhaes aponta ainda que, no momento, o pânico que tomou conta dos mercados em geral acabou se refletindo no mercado de café e as cotações estão recuando em Nova York. “Considero que o café tem sido bem menos prejudicado do que outras commodities e ativos financeiros. Quando a crise do coronavírus se acentuou, os preços do café já eram considerados baixos e os estoques nos países produtores estavam historicamente bem baixos. No Brasil, o pouco café ainda em mãos de cafeicultores ajudou a dar sustentação aos preços”, finaliza.