O leilão dos 19 lotes vencedores da categoria "Naturals" do Cup of Excellence - Brazil 2016 ocorreu no último dia 13 de dezembro, através da internet, e registrou dois recordes: o lance médio de US$ 12,47 por libra-peso, o que equivale a *R$ 5.557,23 (US$ 1.649,47) por saca de 60 kg, é o maior da história para cafés naturais.
Foto: Alexia Santi/agencia ophelia / Café Editora
Além da média, também foi recorde o maior lance do pregão, de US$ 40,60/lb-peso, ou *R$ 18.093,31 (US$ 5.370,37) por saca, pago pela empresa japonesa Maruyama Coffee por cinco sacas do produto campeão, produzido por Homero Aguiar Paiva, na Fazenda Guariroba, em Santo Antônio do Amparo, Sul de Minas Gerais. A Starbucks Coffee também participou do leilão e adquiriu a segunda parte desse lote, pagando o equivalente a R$ 16.399,85 (US$ 4.867,72) por cada uma das 4,5 sacas.
Todos os cafés naturais (colhidos e secos com casca) ofertados no concurso realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE), foram negociados com ágio em relação ao preço de abertura - confira o resultado no site da ACE - e registraram a movimentação financeira total de *R$ 975.575,80 (US$ 289.565,70).
Os lotes ofertados no leilão foram comprados por empresas de 12 países, de mercados tradicionais e emergentes no consumo de café, como Japão, Coreia do Sul, Austrália, Suíça, Arábia Saudita, Noruega, Reino Unido, Lituânia, Espanha, Estados Unidos, China e Taiwan. "Os recordes alcançados e os altos valores gerais demonstram o interesse das principais indústrias mundiais e consolidam o reconhecimento global dos cafés naturais do Brasil, enaltecendo a sustentabilidade de nossa produção e a qualidade final do produto. Quem ainda não se educou aos nossos grãos naturais, é bom se preparar, pois esse parece o futuro do consumo internacional", destaca Vanusia Nogueira, diretora da BSCA.
Para o juiz principal do Cup of Excellence – Brazil 2016 e conselheiro da BSCA, Silvio Leite, o concurso tem sido uma oportunidade fundamental para o País apresentar o sabor surpreendente dos cafés naturais. "Neste ano, nas sessões de prova, conseguimos identificar e apresentar aos juízes internacionais quatro classes distintas de sabores, além dos tradicionais. Esse trabalho permite que, aos poucos, o mundo todo vá descobrindo a qualidade dos grãos naturais brasileiros e os flavors que eles proporcionam. Esse fato é muito relevante para que haja, como vem ocorrendo, a aceitação global dessas nuances extraordinárias, as quais surpreendem e devem se tornar tendência de mercado nas próximas décadas", analisa.
De acordo com Vanusia, também é importante destacar o trabalho de valorização do produto e agregação de valor ao cafeicultor realizado pela Associação e seus parceiros na promoção dos cafés naturais do Brasil. "Considerando que a Bolsa de Nova York, principal plataforma de comercialização de café no mundo, negocia o produto por cerca de US$ 1,40/lb-peso atualmente, estamos falando de altas de aproximadamente 3.000% no maior lance pago e de 900% na média do Cup of Excellence. Isso reflete, por exemplo, que o trabalho em parceria com a Apex-Brasil tem rendido frutos significativos e está no caminho correto", conclui.