A geada que aconteceu no último final de semana atingiu algumas regiões brasileiras e preocupou muita gente em relação à qualidade do café.
O professor da Universidade Federal de Lavras, UFLA, José Donizete enviou uma carta dizendo:
Prezados. Ainda é cedo para fazermos uma avaliação mais aprofundada da situação. O que temos observado é que a na maioria dos casos está ocorrendo a geada de capote, que dentre todas é a menos prejudicial. O que se observa que depois de alguns dias as folhas ficam queimadas e caem. Se a queda não for de alta intensidade, vai haver um enfolhamento da lavoura a partir de setembro e em novembro/dezembro as plantas vão estar com um aspecto normal. Quanto as gemas florais já diferenciadas e que se encontram em repouso, estas estão protegidas da queima por brácteas, não havendo anormalidade fisiológica com a floração. O que se pode esperar é que, devido a queima dos tecidos meristemáticos, os ramos vão perder a dominância apical o que vai promover a emissão de ramos secundários Tudo isto que descrevi está ligado a geada de capote de baixa intensidade. Logicamente que em áreas com geadas mais severas, os efeitos descritos tem que ser desconsiderados. Enfim, fica a dica que devemos esperar mais uma semana para uma avaliação mais aprofundada. O que se deve fazer no momento é esperar, aguardar para ver os reais efeitos para tomar decisões.
Agrônomos consultados pela Agência Reuters destacam que o mercado do café foi afetado por conta das geadas que atingiram os cafezais do Sul de Minas, bem como áreas de cana de açúcar e de milho. Entretanto, os impactos nestas áreas ainda serão medidos e só poderão ser apresentados dentro de 10 dias. Para o Brasil, que está no meio da colheita do café, qualquer impacto poderia ser sentido apenas na próxima safra, que é esperada como uma safra recorde pelos traders.
As imagens abaixo são de produtores do Sul de Minas Gerais, que tiveram suas plantações afetadas pela geada!