Os preços do café estão nitidamente mais baixos com a desvalorização atual do real brasileiro, que caiu -1,80% em relação ao dólar. A desvalorização do real incentiva a exportação dos produtores de café do Brasil.
Os preços do grão estão recebendo algum suporte subjacente da preocupação de que a seca excessiva no Brasil possa levar a menores rendimentos do café. A Somar Meteorologia informou na segunda-feira (11) que Minas Gerais não recebeu chuva na semana passada, ou 0% da média histórica, pela segunda semana consecutiva. O estado responde por cerca de 30% da safra de arábica do Brasil.
Os sinais de aumento da oferta global de café são de baixa para os preços depois que a Organização Internacional do Café (OIC) informou, na terça-feira passada (5), que as exportações globais de café em 2022 para outubro-maio aumentaram +1,3% no ano, em 88,506 milhões de sacas. Além disso, a Federação dos Produtores de Café da Colômbia informou na quarta-feira passada que as exportações de café da Colômbia em junho aumentaram +6% com relação ao ano anterior, para 939 mil sacas. A Colômbia é o segundo maior produtor mundial de café arábica.
O Departamento Geral de Alfândegas do Vietnã informou, no final do mês passado, que as exportações de café de junho do Vietnã aumentaram +13,3% com relação ao ano anterior, para 145 mil toneladas, e as exportações de café de janeiro a junho aumentaram +21,7% com relação ao ano anterior, para 1,027. O Vietnã é o maior produtor mundial de grãos de café robusta. O USDA, em 7 de junho, revisou sua estimativa de produção de café para o Vietnã, na safra 2021/22, de 31,1 milhões de sacas para 31,58 milhões de sacas, mas disse que a produção de 2022/23 cairia -2,2%, para 30,9 milhões de sacas.
Um fator de suporte para o café arábica está diminuindo os estoques de café ICE. Os estoques da espécie monitorados pela ICE continuaram a cair para uma nova baixa de 22 anos, de 789.981 sacas, na última sexta-feira (8).
Em um fator de baixa, o USDA, em seu relatório semestral divulgado em 23 de junho, projetou que a produção global de café, em 2022/23, aumentaria +4,7%, para 174,95 milhões de sacas, principalmente devido à entrada da safra de arábica do Brasil no início do ano do ciclo produtivo bienal. O USDA também projeta que os estoques finais globais de café, em 2022/23, aumentarão +6,3%, para 34,704 milhões de sacas.
A Organização Internacional do Café (OIC) recentemente cortou sua estimativa de oferta global 2020/21 para um déficit de -3,13 milhões de sacas em relação a estimativa anterior de um excedente de +1,2 milhão de sacas. Além disso, a OIC reduziu sua estimativa de produção global de café em 2020/21, de 168,88 milhões de sacas para 167,17 milhões de sacas, e aumentou sua estimativa de consumo global de café em 2020/21, de 167,68 milhões de sacas para 170,30 milhões de sacas. No entanto, o Citigroup, em 4 de maio, projetou que o mercado global de café, em 2022/23, passaria para um superávit de +3,5 milhões de sacas em relação a um déficit global de café em 2021/22, de -7,3 milhões de sacas.
As informações são do Barchart / Tradução Juliana Santin