Os últimos meses têm sido de informação e distanciamento social para evitar o contágio pelo covid-19 (coronavírus). Cafeicultores se preocupam ainda mais com a aproximação da colheita, época em que as fazendas têm maior movimentação de pessoas.
A Revista Globo Rural pontuou o impacto em alguns locais, como o noroeste de Minas Gerais, onde o deputado federal Evair de Melo (PP/ES) conta que, no município de Capelinha, o clima era de insegurança entre os produtores no início de março, por causa da preocupação de faltar mão de obra para a colheita do café.
Evair elaborou uma cartilha para ajudar os produtores a adotarem medidas de prevenção contra a pandemia e, nas últimas semanas, realizou conferências virtuais com cooperativas e associações de cafeicultores. “Passou o susto e vamos tecnicamente adaptar o processo de colheita, obedecendo às recomendações das autoridades sanitárias”, diz ele, que questiona os critérios do isolamento e classifica a medida como “aquartelamento”.
Técnico especialista no manejo dos cafezais, Evair de Melo explica que a recomendação técnica é “achatar” a colheita, começando pelos grãos mais maduros, pelas bordas dos talhões e pelas lavouras mais sofridas. Ele também considera importante uma ação solidária para troca de mão-de-obra entre os produtores, que deve retardar o manejo de pós-colheita para controlar pragas e doenças. “O importante é fazer uma colheita bem feita, não deixar grãos nos pés e evitar um prejuízo ainda maior: a pandemia de broca, um pandemônio na cafeicultura”.
Recomendações aos cafeicultores
– Identificar se os locais de origem dos trabalhadores possuem casos positivos de covid-19;
– Em caso de positivo, é preciso fazer o diagnóstico dos trabalhadores antes do embarque;
– Não permitir a entrada no veículo do trabalhador que tiver qualquer sintoma de coronavírus (febre, tosse, dificuldade de respirar);
– Os trabalhadores deverão sentar-se a, pelo menos, 1,5 metro de distância uns dos outros;
– Deverão ser disponibilizados álcool em gel 70% aos trabalhadores para que façam a limpeza das mãos antes de entrarem no veículo;
– Seguir os procedimentos do Ministério da Saúde para os grupos de risco;
– Distribuir e disponibilizar materiais de higiene antes do embarque e exigir que os trabalhadores façam uso desses materiais;
– Os veículos que vão transportar os trabalhadores deverão trafegar com as janelas abertas e devem ser desinfetados antes e depois das viagens;
– Ao chegar no local de trabalho (lavoura de café), realizar novamente a higienização e o diagnóstico dos trabalhadores;
– Realizar desinfestação com produtos em equipamentos automatizados como tratores, caminhões, secadores e todos os equipamentos utilizados na lavoura de café;
– Higienizar peneiras, panos e todos os equipamentos que estiverem em contato com o trabalhador;
– Determinar aos trabalhadores as regras de distanciamento orientadas pelo Ministério da Saúde;
– Todos os equipamentos de uso do trabalhador devem ser identificados e guardados separadamente após término do trabalho diário;
– Manter equipe permanente de higienização nos banheiros, refeitórios e áreas afins.
As informações são da Revista Globo Rural.