“A tendência deste segmento é só crescer”. A frase, de Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), refere-se aos cafés especiais cultivados por micro e pequenos produtores.
“Há uma demanda por cafés especiais no mundo e, ao agregar valor ao grão nacional, é possível ganhar uma fatia maior deste mercado”, destacou Viana. Atualmente, os cafés especiais representam cerca de 20% da safra brasileira, estimada pela Conab em torno de de 58 milhões de sacas em 2023/2024.
Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), do total deste tipo de grão produzido no país, 80% é cultivado em pequenas propriedades. Para o presidente da ApexBrasil, a entidade “está pronta para conectar os empreendedores interessados em exportar aos compradores, e ajudar a levar este produto de alta qualidade para o mundo”, reforça.
A qualidade dos grãos brasileiros vem ajudando a posicionar o país no cenário mundial de cafés especiais. Além dela, o grão destaca-se por sua rastreabilidade e por respeitar critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social nas etapas de produção. “De modo geral, hoje a sociedade quer saber a origem do produto e o respeito às boas práticas de ESG”, destaca ele.
De acordo com estudo realizado pela consultoria Brainy Insights, o setor deve chegar ao valor global de US$ 152,69 bilhões até 2030, número que representa uma taxa média de crescimento de 12,32% ao ano. Atualmente, os principais destinos dos grãos brasileiros são Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Espanha, Alemanha, Itália, Emirados Árabes e China.
Neste mês, a chinesa Luckin Coffee, uma das líderes em cafeterias no mercado asiático, esteve na sede da ApexBrasil para estreitar laços e seguir com a parceria para comercialização e divulgação do café brasileiro. Os próximos passos incluem promover, qualificar, apoiar e potencializar as pequenas empresas produtoras de cafés especiais, a fim de conquistar, cada vez mais, os consumidores chineses e o comércio internacional.