Os custos de produção do café arábica apresentaram um aumento expressivo no primeiro semestre de 2015, é o que aponta o Boletim Ativos do Café de agosto. O documento elaborado pela Superintendência Técnica da CNA e Centro de Inteligência em Mercados (CIM) - da Universidade Federal de Lavras (Ufla) aponta, ainda que o Custo Operacional Efetivo (COE) aumentou 6,82% em média.
Entre os principais grupos de custos do COE, o que apresentou a maior variação foi o dos fertilizantes, com custos 11,57% maiores. Os preços destes insumos aumentaram 19,36% em média. Apenas no período de abril de 2015 a junho de 2015 o aumento foi de 12,17%.
O estudo revela, ainda, que entre as regiões com processo produtivo mecanizado, o aumento nos preços dos fertilizantes no primeiro semestre foi de 22,28%. O município de Monte Carmelo (MG) foi o que apresentou a maior variação (24,85%), enquanto o de Luís Eduardo Magalhães (BA) teve a menor (11,41%). Nos municípios com processo produtivo manual, a variação nos preços dos fertilizantes foi de 18,63% entre janeiro e junho de 2015. O município de Santa Rita do Sapucaí (MG) apresentou preços 52,85% mais altos com estes insumos. Já em Guaxupé (MG), houve um aumento de 3,86%.
Entre os demais grupos de insumos, o subgrupo de inseticidas apresentou preços 15,13% mais altos em junho de 2015. Os preços dos adjuvantes subiram 15,12%, enquanto os herbicidas, fungicidas e acaricidas subiram 12,10%, 9,42% e 3,55%, respectivamente.
Elaboração: CIM/Ufla
O informativo aponta que, diante dessas informações o produtor deve ficar atento ao momento da compra dos insumos para o próximo ano agrícola, especialmente os fertilizantes. Como a demanda aumenta após o término da colheita, há possibilidade de elevação ainda maior em seus preços.
Preços de venda do café, ao contrário, tendem a cair após a safra
Enquanto nos preços dos insumos agrícolas há a incerteza gerada por fatores como o dólar, nos custos de produção, o Boletim lembra que alguns fatores que influenciam quedas no preço pago ao produtor. “Os preços de venda do café, ao contrário, tendem a cair após a safra, uma vez que há aumento na oferta. O orçamento e o planejamento para a compra dos insumos são fundamentais para a manutenção de uma boa gestão do caixa da propriedade. Os produtores devem pesquisar as melhores épocas de aquisição em cada região, e para os corretivos e fertilizantes, realizar as análises de solo para adquirirem as quantidades corretas”.
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) validaram os dados do projeto Campo Futuro na cultura de café, ano 2015. As informações foram apresentadas na semana passada, na sede da CNA, pelo coordenador de projeto do Centro de Inteligência em Mercados da Universidade Federal de Larvas (Ufla/MG), Fabrício Andrade. A reunião de validação contou com a presença do secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar.
Segundo Fernando Rati, assessor técnico da CNA, a Ufla e as Federações de Agricultura e Pecuária dos estados produtores de café têm um papel fundamental nestes levantamentos. “Os painéis do ano de 2105 foram finalizados em abril e ocorreram em 12 praças espalhadas pelos principais estados produtores no país: Rondônia, Espírito Santo, Minas Gerias, Paraná, São Paulo e Bahia”, observa.
Confira o boletim completo, aqui.