A Colômbia enfrenta há mais de um mês um cenário de protestos. De acordo com a Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), desde o dia 28 de abril pelo menos 600 mil sacas de café não foram embarcadas com os bloqueios logísticos que acontecem principalmente no porto de Buenaventura, principal via de escoamento de café do país.
De acordo com Roberto Vélez Vallejo, presidente da FNC, em entrevista ao Notícias Agrícolas, a condição é crítica e o país passa por uma severa crise humanitária. "Isso é muito grave, não só para a cafeicultura, mas para todo o país", comenta Vélez. Ele afirma ainda que a paralisação nos embarques deve comprometer a entrada de pelo menos 500 milhões de dólares no país. "O mais complexo é a reputação da Colômbia. Esse café que não se pode exportar não chega às indústrias, que precisam desse produto e devem comprar de outras origens para atender o consumidor final", comenta.
O presidente da Federação destaca também que a partir do momento em que a situação for normalizada, as exportações de café devem levar cerca de três ou quatro meses para normalizar. Atualmente acontece a colheita no Sul do país, o que aumenta ainda mais a tensão sobre o escoamento dos grãos. É importante destacar que na última terça-feira (1º) a análise internacional do site Barchart informou que cerca de 500 caminhões de café chegaram ao Porto de Buenaventura, mas ainda não há informações se os embarques voltaram de fato.
A Bolsa de Nova York reagiu nos últimos dias, registrando valorização expressiva, com as cotações acima dos 160 cents/lbp nas principais referências. Vélez afirma que os preços atuais são mais atrativos para o produtor colombiano, que não consegue aproveitar os bons preços devido a severa crise humanitária que atinge o país.
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As informações são do Notícias Agrícolas.