As cotações do café robusta no âmbito doméstico também recuaram no mês de março por conta das quedas dos preços externos da variedade e do dólar em parte do mês. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, registrou média de R$ 302,88/saca de 60 kg em março, queda de 0,7% frente à de fevereiro. O tipo 7/8 bica corrida teve média de R$ 293,89/sc, baixa de 0,4% no mesmo comparativo. Esses valores apontam queda de 7,5% e 7,1% em relação ao ano passado, além de ser a mais baixa desde dezembro de 2013.
Com as menores cotações, a liquidez no mercado interno permaneceu baixa. No Espírito Santo, o total vendido da safra 2018/2019 até março foi de 70% e 80% do produzido, enquanto que em Rondônia restam menos de 5% da safra para ser comercializada, sem avanços.
No mercado externo, as cotações foram influenciadas pelo cenário de ampla oferta global e nacional, por fatores técnicos e pela valorização do dólar frente ao real. O contrato maio/2019 do robusta, negociado na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), fechou a US$ 1.456,00/tonelada no dia 29 de março, com queda de 4,2% na comparação com o último dia útil de fevereiro. Os menores preços do robusta também têm dificultado a venda do Vietnã e da Indonésia, primeiro e terceiro maiores produtores mundiais da variedade.
Segundo agências internacionais, os menores valores também podem desencorajar os investimentos neste ano, afetando a produção, especialmente no Vietnã, que vêm passando por um período de seca.
Segundo colaboradores, a expectativa é de quebra de produção na região capixaba, em torno de 5 a 10% do que era previsto. Entretanto, as excelentes condições climáticas até 2018 e a retomada dos tratos culturais nas últimas temporadas elevaram o potencial produtivo dos cafezais para 2019/2020. Com isso, as expectativas ainda são de uma produção ao menos semelhante à observada em 2018/2019.
Já em Rondônia, as chuvas têm ocorrido de forma satisfatória, o que deve permitir bons resultados nesta safra: a estação de Cacoal registrou 321,6 mm no mês. Quanto à colheita, no Espírito Santo, a expectativa é de que os trabalhos se iniciem no final deste mês e se intensifiquem em maio. Já em Rondônia, produtores realizam as primeiras catações no final de março, sendo que as atividades devem ganhar ritmo na segunda quinzena de abril.