Apesar da falta de chuvas no primeiro mês do ano, as precipitações de fevereiro têm amenizado a preocupação dos produtores sobre o desenvolvimento da safra 2019/2020. Além de ser um ano de bienalidade negativa, o calor excessivo dos últimos dias pode prejudicar a qualidade e a quantidade da colheita.
José Eduardo Santos Júnior, superintendente de desenvolvimento do cooperado da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), diz que o clima seco do primeiro mês do ano não causou grandes danos às lavouras por conta do solo, que ainda possuía água armazenada, mas que as altas temperaturas foram prejudiciais aos grãos. “As temperaturas ficaram entre 2 e 3 graus acima da média e isso é muito danoso para o café”, afirmou.
Segundo ele, o clima quente pode inibir o desenvolvimento dos grãos, fazendo com que eles fiquem mais leves, resultando em uma baixa no rendimento da produção. “Mas não sabemos ainda se vai ter algum problema”, disse.
Sobre a expectativa para a safra deste ano, Carlos Paulino, presidente da Cooxupé, disse que pelas projeções de produção e consumo, a colheita desse ano vai ser suficiente, com estoques remanescentes, para suprir a falta do café dessa safra 2019.
O atual mercado não anda favorável aos produtores, uma vez que os preços das sacas estão muito abaixo do esperado e os negócios estão sendo fechados lentamente. Apesar disso, a Cooxupé mantém a expectativa de negociar 5,8 milhões de sacas de café arábica neste ano. Este número é 9,3% menor que o recorde de 2018 (6,4 milhões de sacas), ano de bienalidade positiva.
Considerando apenas seus cooperados, a cooperativa espera receber 4,5 milhões de sacas, alta de 4,6% em relação à previsão de janeiro, que era de 4,3 milhões. Para estimular uma maior entrega e uma melhor qualidade, a Cooxupé pretende premiar os 50 melhores lotes com R$ 2 mil, e com um valor de R$ 25 mil para o grão que obtiver a melhor colocação.