Casas, empresas e indústrias produzem lixo diariamente e parte desses resíduos orgânicos, como restos de alimentos, por exemplo, poderão ser reaproveitados de alguma forma ou mesmo reintroduzidos na natureza, sem danos ao meio ambiente.
Diante da importância de elevar a sustentabilidade dos processos, a Cooxupé firmou uma parceria com a Cultivar Associação Ambiental para o reaproveitamento de resíduos orgânicos. Assim, os resíduos que poderiam parar em lixões, onerando as condições socioambientais, ganham um novo destino.
Resíduos orgânicos
De acordo com o Supervisor de Torrefação da Cooxupé, Lázaro Paulino, a parceria teve início no primeiro semestre de 2022 e, desde então, apresenta bons resultados. “Houve um estudo da parte da Cooxupé para viabilizar e melhorar todos os aspectos. Na torrefação, por exemplo, temos essa parte de resíduos. E com a parceria, conseguimos reduzir e melhorar a destinação desses materiais que sobram, facilitando o nosso trabalho e deixando a área de torrefação mais organizada”, afirma.
Importância da destinação correta
Os resíduos orgânicos auxiliam, sobretudo, na ciclagem de carbono e nitrogênio no solo por meio da decomposição. No entanto, são oriundos de atividades antrópicas que, se manejados de forma inadequada, levam a problemas ambientais. Em síntese, o líquido resultante (chorume) é altamente poluente, podendo contaminar o solo e as águas subterrâneas, além de emitir gases e maus odores, que atraem insetos e contribuem para o efeito estufa.
Por isso, de acordo com o engenheiro ambiental da Cooxupé, Matheus Franco Severino, foi preciso pensar em formas de destinar corretamente os resíduos orgânicos. “Essa parceria veio para evidenciar ainda mais as práticas de sustentabilidade ESG que a Cooxupé vem desenvolvendo. Esse resíduo que iria para aterros, agora, está sendo reaproveitado para produção de adubos organominerais”, comenta.
Objetivos da ONU
A iniciativa, que já é realidade dentro da cooperativa, está em consonância, também, com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essas metas foram estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), onde há um tópico no que tange ao “Consumo e Produção Responsáveis”.
Atualmente, a parceria funciona da seguinte forma: o trabalho é feito em todas as unidades da Cooxupé nos municípios de Guaxupé e Monte Carmelo. Nesses locais, a Associação disponibiliza caçambas para disposição do composto orgânico e coleta do material. Na sequência, ele é transformado em adubo orgânico (adubo organomineral).
Antes disso, porém, o departamento ESG da Cooxupé fez uma avaliação, quantificando o volume de material orgânico produzido nessas unidades. Em 2021, por exemplo, foram produzidas aproximadamente 1.579 toneladas de material orgânico, que hoje é destinado a Cultivar.
Materiais
Entre os materiais produzidos nas unidades de Guaxupé e de Monte Carmelo estão:
– Pó de café verde oriundo dos armazéns e indústria (maior volume);
– Pó de café torrado e moído;
– Borra de café;
– Restos de alimentos;
– Cinzas geradas no processo produtivo;
– E, por fim, fibras de sabugo do milho.
Esses materiais, a princípio, vêm de espaços como o refeitório, copa, cozinha, área de Classificação, Torrefação, Fábrica de Rações, silos e armazéns.
Sustentabilidade dos negócios
A ação evidencia, principalmente, as boas práticas e permite que esses materiais sejam usados em benefício dos produtores e das diferentes áreas, além de promover a economia circular que garante a sustentabilidade nos negócios da Cooxupé.
Todavia, todo resíduo direcionado a Cultivar segue os padrões legais de rastreabilidade e destinação final com o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR). Este manifesto, em conclusão, é uma declaração da movimentação de resíduo que é realizado por todas as empresas geradoras de resíduos para transporte de um local para outro.
Ao fim, a Cultivar Associação Ambiental emite um certificado de destinação final para a Cooxupé.