Para a safra cafeeira 2021/2022, a cooperativa Cooxupé estima em torno de 7,49 milhões de sacas de 60 kg, uma queda de aproximadamente 32% quando comparado com o ano passado, por conta da seca e da bienalidade negativa.
A colheita, que deve começar entre o final de maio e início de junho, provavelmente será menor que a vista no último ano de baixa do ciclo bienal do arábica, em 2019, quando a produção somou 7,7 milhões de sacas, segundo dados da cooperativa.
“Em 2020, tivemos um ano de safra alta, um clima favorável, seca na colheita, produzimos cafés de alta qualidade. Por outro lado, tivemos um clima ruim para esta safra que estamos iniciando. Com isso, reduz bastante a produção deste ano, que é de bienalidade de baixa e os cafeeiros sofreram muito com a seca”, explicou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, em entrevista à Reuters. Lembrando que a colheita pode começar com um ligeiro atraso, devido às questões climáticas.
De acordo com ele, a cooperativa, que também é a maior exportadora de café do Brasil, espera receber menos grãos em 2021, com um volume estimado em 6 milhões de sacas, sendo 4,6 milhões dos cooperados.
No ano passado, a Cooxupé teve o maior recebimento de café da história, totalizando de 8,1 milhões de sacas, das quais 6,6 milhões foram entregues somente pelos cooperados. Contando com estoques do ano passado, a cooperativa deverá elevar os embarques totais em 22% em 2021, apesar de uma safra menor.
Considerando as vendas para os mercados externo e interno, os embarques neste ano devem atingir um recorde de 7,2 milhões de sacas, aumento quando comparado com 2020 (5,9 milhões) e 2019 (6,4 milhões).
Do total previsto para ser embarcado em 2021, 6,5 milhões de sacas serão direcionadas ao mercado externo, volume maior do que em 2020, quando foram embarcadas 4,9 milhões. “O ano de 2020 foi de produção alta, mas não conseguimos cumprir todos os embarques dentro do ano, então fica para o próximo”, comentou o presidente, que acredita que a situação deverá demorar “um pouco” para se regularizar, já que a pandemia tem impactado os fluxos comerciais e por consequência a logística.
O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nicolas Rueda, também disse que foi mais difícil conseguir contêineres em março: “por enquanto [o volume exportado] está inferior ao mês passado. Acreditamos que o grande motivo seja a disponibilidade de contêiner e booking de navios. Fenômeno transitório”.
As informações são da Reuters.