Um dos assuntos mais comentados nos últimos dias, além da covid-19, é a crise econômica que veio no rastro da pandemia. Porém, a agropecuária, segundo especialistas, deverá ser um dos setores menos atingidos pelo coronavírus. Um estudo apresentado nesta segunda (30), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Ministério da Economia, mostra o cenário econômico para 2020 e os impactos provocados pela pandemia. De acordo com o Ipea, sob o ponto de vista da produção agrícola, as principais commodities brasileiras deverão sofrer pouco impacto.
“Neste momento, o equilíbrio é fundamental, tanto para os governantes quanto para a população. Assim, teremos todos os meios para sair dessa crise o mais rápido possível”, comenta José Márcio Rocha, presidente da Coopercam.
Ainda segundo o Ipea, ao levar em conta a previsão de safra do IBGE e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o PIB agropecuário deve fechar 2020 com um crescimento de 3,8%. Mesmo com a simulação do impacto de choques negativos na economia em razão do novo coronavírus, semelhantes à crise de 2008, a expectativa é positiva: alta de 2,5%, sustentado pela estimativa de safra recorde de soja.
Nos últimos 12 meses, as cotações das principais commodities agrícolas estiveram constantes, de acordo com o índice geral de preços, publicado mensalmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). No momento, a estabilidade é impulsionada pelo câmbio, o que é positivo para as exportações brasileiras. Somente em março, já houve uma apreciação da moeda americana de 15%, enquanto que nos três primeiros meses de 2020, o acumulado foi de 28%. Porém, especialistas acreditam que algumas complicações poderão surgir temporariamente na agroindústria e nas atividades de distribuição.
O café está entre as principais comodities brasileiras e a colheita da próxima safra se aproxima. “De fato, a produção cafeeira tem um calendário que precisa ser seguido. O produtor deve continuar seus preparativos, porém, este ano deverá redobrar os cuidados em relação à saúde de seus colaboradores”, comenta o presidente da Coopercam.
Essa é uma preocupação que os cafeicultores precisam ter, já que o Ministério da Saúde afirma que o pico da crise deve acontecer ente os meses de abril e junho, período em que os trabalhos de colheita do café estarão no auge. A preocupação ocorre já que a maior parte da colheita é feita manualmente e com trabalhadores que chegam de outros estados. Rocha garante que, junto com seus cooperados, a Coopercam está em busca das melhores soluções para garantir a saúde de todos os envolvidos na colheita de café na região em que atua.
Este ano, com a bienalidade positiva, a Conab aponta uma safra de 62 milhões de sacas. Isso também representa um aumento na mão de obra, por isso a preocupação ainda maior. “Com certeza, haverá uma demanda crescente por equipamentos de proteção e segurança para os trabalhadores. Mas queremos tranquilizar nossos cooperados e os trabalhadores, pois a Coopercam já está trabalhando em uma cartilha para orientar e assegurar a segurança de todos os envolvidos”, finaliza o presidente.
As informações são da Sakey Comunicação.