Com atuação no Espírito Santo e na Bahia, a Cooabriel registrou uma queda de 15% nas entregas do café canéfora (conilon) em 2020, quando comparado com o ano passado. Com a colheita finalizada, a cooperativa, que tem sede em São Gabriel da Palha (ES), havia recebido, até a última sexta-feira (21), 1.444 milhão de sacas de 60 kg em seus armazéns nos dois estados.
Segundo a cooperativa, a queda no recebimento ocorre na esteira de uma quebra de safra que já era esperada. A Cooabriel reiterou previsão de que a quebra de produção no Espírito Santo, maior produtor de canéfora, gira em torno de 30% em relação à safra 2019.
Segundo o presidente Luiz Carlos Bastianello, houve, no ano passado, um período de ventanias fortes que coincidiram com a época da florada. Além disso, muitos cafeicultores não investiram em tratos culturais em razão do baixo preço do café naquele momento.
O coordenador técnico da Cooabriel, Perseu Fernando Perdoná, citou, em nota divulgada pela cooperativa, que houve menor produção devido ao volume de chuvas abaixo do esperado para o período.
"A última safra com grande produção, a lavoura com menos adubo e a questão do clima foram fatores que levaram as plantas a chegar ao pós-colheita com menor tamanho de copa e vigor, consequentemente comprometendo a produção para este ano", relatou o comunicado.
Por outro lado, a Cooabriel ressaltou a melhora na qualidade dos cafés recebidos. "Com a pandemia no meio da safra, o produtor foi priorizando a colheita mais seletiva dos grãos. Com isto, ele colheu grande percentual de café maduro, que resultou em cafés de melhor qualidade, superiores aos cafés do ano passado", explica o gerente corporativo de mercado da Cooabriel, Edimilson Calegari.
Segundo o coordenador de armazém da cooperativa, José Carlos Azevedo, 2020 trouxe os melhores padrões em relação à qualidade dos grãos recebidos e chegaram a 80% do café tipo 7 para melhor.
As informações são da Reuters.