A Cooabriel, em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) - Campus Venda Nova do Imigrante, dá início a um projeto que envolve grandes áreas de Ensino, Pesquisa e Extensão, com foco na melhoria da qualidade e sustentabilidade do café canéfora (conilon) a ser aplicado na área de ação da cooperativa.
“Será um divisor de águas para a história da Cooabriel. O programa visa a melhoria na qualidade e remuneração, o que beneficia o produtor e o consumidor. Os resultados serão surpreendentes”, garantiu o presidente da cooperativa, Luiz Carlos Bastianello.
Com um investimento de R$ 956.600,00, a Cooabriel irá implementar, junto ao IFES e outros parceiros (IFES de Montanha e de Itapina-ES, UFES, e UFV), o programa chamado “Café Conilon – Origem Singular”, que terá, em sua fase de implementação, duração de três anos. O programa irá contemplar um grande número de cooperados das regiões norte, noroeste, centro-oeste e rio doce do Espírito Santo.
“O objetivo é realmente somar conhecimento. Nossa missão é o desenvolvimento científico e tecnológico. A Cooabriel possui conhecimento prático e muita competência na área. Por isso, será um aprendizado para todos”, afirmou o reitor do IFES, Jadir José Pela.
O projeto tem o intuito de trazer uma nova forma de pensar o processo produtivo, com adaptações de ações tecnológicas em várias etapas, como o ambiente de cultivo, o manejo, a colheita, o processamento, técnicas de fermentação controlada, secagem, armazenamento, beneficiamento indo à torrefação e extração da bebida. Tem, ainda, o propósito de consolidar a criação da identidade da bebida do conilon e demonstrar as características de qualidade do café robusta inerentes às regiões envolvidas.
“O café conilon possui um grande espaço a ocupar, atuando não apenas como base para outros cafés, como blends, mas também como uma bebida diferenciada, com características sensoriais singulares. Aliado ao crescimento do consumo, tem-se a necessidade de entregar um produto com mais qualidade ao mercado e isso envolve um conjunto de processos”, disse o Coordenador das ações de Pesquisa e Desenvolvimento do IFES, o professor, Lucas Louzada Pereira.
Unidades de referência serão consideradas como forma de acompanhar e demonstrar as boas práticas de processamento, secagem e controle de qualidade para os produtores. Para este fim, serão consideradas 90 propriedades de produtores cooperados, sendo 30 propriedades no primeiro ano para a criação de unidades de referências em produção de cafés especiais, com acompanhamento, experimentos e processos educativos.
“A partir dos encontros, será possível identificar todas as características do grão, ou seja, um diagnóstico para aplicar os melhores processos de capacitação aos produtores”, explicou o Coordenador das ações de Extensão e Transferência de Tecnologia e professor do IFES, Aldemar Polonini Moreli.
Dentro do plano de ação, será construída a matriz química e sensorial do conilon, que irá demonstrar os atributos do produto a partir de diferentes formulações de peneira, grau de torrefação com vista à curva de qualidade para o mercado.
“Já trabalhamos há cerca de três anos em parceria com o Sicoob, com o objetivo de criar mecanismos de qualidade do café. Estimulamos a conscientização e melhoria envolvendo as famílias no processo e incentivando os jovens a permanecerem no campo. A meta é produzir grãos que agradem aos mercados mais exigentes”, finalizou o Diretor Geral do Campus de Venda Nova do Imigrante, Aloísio Carnielli.
Com o “Café Conilon, origem singular”, pretende-se uma grande campanha para apreciação de um conilon especial com origem singular, que poderão servir de modelos de aplicação em marcas de café da Cooabriel, estímulo de consumo de café de qualidade entre vários grupos sociais e alcance da Internacionalização da marca.
“Ao longo dos anos, a Cooabriel vem exercendo papel fundamental, levando para o campo, principalmente para seus associados, o que existe de melhor em tecnologia de plantio e colheita, no entanto, tem-se percebido que existe um vácuo de falta de pesquisa e disseminação de novos conhecimentos, nos processos pós-colheita. Outro fator complicador nesta equação é a mudança do mercado quanto às exigências de práticas sustentáveis e consequentemente da qualidade final do produto. O projeto com o Ifes tem a missão de iniciar trabalhos que venham contribuir para reduzir esta lacuna, ou seja, que venham agregar conhecimento e valor às práticas de beneficiamento pós-colheita”, avaliou um dos coordenadores internos do programa, o Gerente Corporativo Comercial e Técnico da Cooabriel, Carlos Augusto Pandolfi.
O lançamento do Projeto está sendo realizado em março. Para isso, foram realizados encontros de apresentação e sensibilização reunindo a equipe coordenadora do projeto pelo IFES Venda Nova do Imigrante e as equipes da Cooabriel que estarão envolvidas no programa. Nestes encontros, que foram realizados nos dias 9 e 10 de março, em São Gabriel da Palha, foram estudadas e traçadas as diretrizes de implementação do cronograma de ação.
“O programa tem o propósito de desenvolver um trabalho inovador, com grandes áreas do conhecimento, envolvendo uma equipe multidisciplinar para a qualificação de produtores e corpo técnico, com vista a uma nova estrutura na produção de cafés de qualidade entre os cooperados”, informou uma das coordenadoras internas do programa, a analista de mercado da Cooabriel, Renata Vaz.
Os coordenadores, Prof. Lucas Louzada Pereira, D.Sc – Coordenador do Projeto (IFES) e Prof. Aldemar Polonini Moreli, D.Sc – Coordenador das ações de Extensão (IFES), juntamente com Prof. Evandro de Andrade Siqueira, M.Sc – Pesquisador (IFES), conduziram as pautas desses encontros que além da apresentação global dos 4 planos de trabalhos, diálogo técnico e definição do grupo de estudos, tratou de outros alinhamentos tanto nos ajustes internos, quanto nas ações de campo.
As informações são da Ascom.