Nesta semana, os contratos futuros do café registraram forte alta nesta semana nos mercados internacionais, apontou o Conselho Nacional do Café. Em seu Balanço Semanal, publicado nesta sexta-feira (15/7), o CNC afirma que o movimento foi puxado pela queda nos estoques certificados de arábica na Bolsa de Nova Iorque, pela menor produção mundial de robusta neste ano e pela recente valorização do real frente ao dólar.
Veja a análise do Conselho sobre o mercado do café nesta semana:
A moeda norte-americana acumulou sua terceira queda consecutiva ante o real na quinta-feira, sendo pressionada pela expectativa de aumento de liquidez internacional e pela amenização da turbulência política no Brasil após a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,2595, acumulando perda de 1,06% na comparação com o desempenho da semana antecedente.
Na Bolsa de Nova Iorque, a queda do dólar e os indicadores técnicos contribuíram para a sustentação da alta nos preços internacionais do café arábica, os quais se encontram em seus níveis mais elevados em pouco mais de um ano. O vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 152,15 por libra-peso, subindo 805 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.842 por tonelada, com ganhos de US$ 45 em relação a sexta-feira passada.
Mercado interno
No Brasil, os preços acompanharam o desempenho positivo dos mercados internacionais, com o indicador do arábica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) atingindo seu maior valor nominal do ano na segunda-feira, 11 de julho, a R$ 510,12/saca de 60 kg. Já o indicador do café robusta registrou recorde nominal da série histórica ontem, fechando a R$ 409,52/saca.
Segundo os pesquisadores, as altas seguem relacionadas à baixa oferta da variedade arábica colhida na safra 2016/2017 no Brasil e também às preocupações no que diz respeito às condições da temporada 2017/18. A instituição comunicou que o desenvolvimento nos cafezais segue abaixo do esperado em função do déficit hídrico.
No caso do robusta, a quebra de safra devido às adversidades climáticas no Espírito Santo tem sido o pivô da alta. O cenário positivo agitou um pouco o mercado, mas os negócios seguem desaquecidos por causa da diferença entre os preços oferecidos e os valores pedidos pelos produtores.