Os preços futuros do café seguem em uma linha de baixa desde a sexta-feira (26), à medida que os fundamentos positivos de mercado – aperto na oferta global e possibilidade de retomada do consumo com o avanço da vacinação em grandes consumidores – foram sobrepostos pela possibilidade de riscos sanitários, com o avanço da pandemia, e econômicos no Brasil, além da pressão no mercado de commodities como um todo.
Na Bolsa de Nova York, os contratos do arábica registram cinco fechamentos negativos consecutivos. Na última quinta-feira (4), o vencimento mai/2021 encerrou a sessão a US$ 1,3215 por libra-peso, acumulando depreciação de 535 pontos. Na ICE Europe, o vencimento mar/2021 do café robusta recuou – também pela quinta vez seguida – US$ 73 no intervalo, sendo negociado a US$ 1.385 por tonelada.
O dólar comercial ascendeu na semana até ontem (4). A divisa norte-americana vem sendo impulsionada pela persistente alta dos juros longos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos e, internamente, pelas incertezas políticas, fiscais e sanitárias. Parte do avanço, contudo, foi contida com a aprovação da PEC Emergencial. Na quinta-feira (4), a moeda fechou a R$ 5,6582, acumulando alta de 0,9%.
No físico, as cotações acompanharam o desempenho internacional do café e recuaram na semana, o que afastou agentes e desaqueceu o mercado. Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e canéfora se situaram em R$ 738,50/saca e R$ 447,89/saca, com recuos de 1,1% e 1,6%, respectivamente.
Em relação ao clima, o Mapa Climático da Safras Consultoria, com informações da Somar Meteorologia, aponta que as chuvas continuam nesse início de março no cinturão cafeeiro do Brasil. No Norte do Paraná e na região Oeste de São Paulo, o acumulado previsto é de 100 milímetros até a próxima segunda-feira (8).
“Já na faixa que se estende da Mogiana Paulista, passando por Sul, Cerrado e Matas de Minas e alcançando o sul do Espírito Santo, o acumulado em sete dias deve variar entre 35 mm e 70 mm”, aponta o relatório, que reforça que o maior volume de precipitações deve se concentrar entre os dias 5 e 7 de março.
As informações são do Conselho Nacional do Café.