Na semana passada, em São Paulo, o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Nathan Herszkowicz, apresentou um panorama sobre o consumo interno de café no Brasil.
Segundo os dados, o total nacional de consumo da bebida apresentou um crescimento de 4,8% entre o ano passado (nov/16 a out/17) e o atual (nov/17 a out/18), saltando de 20.043.260 (4,65 per-capita) para 21.004.430 sacas ao ano (4,82 per-capita). “É um crescimento surpreendente do consumo de café no Brasil”, disse. Neste mesmo cenário, foi possível observar uma mudança na escolha dos brasileiros entre os cafés tradicionais e os especiais.
Em 2016, os chamados cafés tradicionais correspondiam a 91% da exposição na área de venda, enquanto os especiais representavam 6%. Já em 2019, a partir de pesquisas realizadas em janeiro, os tradicionais foram responsáveis por 81% da exposição e os especiais subiram para 12%. Também foi possível observar uma tendência na compra de cápsulas e de cafés em grãos, frente aos vendidos em pó.
Essa mudança, de acordo com Nathan, pode ser explicada por alguns fatores, como a popularização e o fácil acesso às diferentes formas de preparo. “O crescimento dos utensílios e a presença dessas novas experiências na hora de fazer o café explicam o aumento do consumo da bebida”. Para ele, a popularização da bebida entre os jovens, a praticidade e a retomada do poder econômico também são algumas das razões que explicam este crescimento.
Apesar do aumento, o diretor executivo questiona o primeiro lugar do Brasil no consumo frente aos Estados Unidos. “A pesquisa da Euromonitor indica que passamos os norte-americanos, mas acredito que ainda não seja possível”, disse.
Como grande parte do público está cada vez mais buscando entender todo o processo de produção, a ABIC desenvolveu o aplicativo De Olho No Café, que visa facilitar na hora da compra. Com ele, o consumidor consegue ter acesso a informações como aroma, sabor, torra e intensidade do produto diretamente no celular.