Os amantes de cafés especiais parecem dispostos a pagar mais por sua xícara de café se souberem que o grão vem de cooperativas de agricultores. De acordo com um estudo de economia recém-publicado, os clientes de uma cafeteria especializada localizada em Lansing disseram que pagariam US$ 1,31 a mais pelo que seria uma xícara de US$ 2,51.
"Os consumidores estão se tornando cada vez mais conscientes das implicações éticas de seus alimentos, bem como dos processos de produção e das pessoas que estão por trás", afirmou o estudo. Ao mesmo tempo, cafés especiais estão crescendo à medida que as preferências dos consumidores por café de alta qualidade se tornam mais complexas. As cafeterias especializadas excluem cadeias internacionais como Starbucks e cadeias regionais como Biggby, embora também vendam alguns cafés especiais.
Segundo as informações, 59% do café ingerido nos Estados Unidos é café especial, sendo a maioria certificado como comércio orgânico e justo - cumprindo padrões rígidos que promovem a sustentabilidade ambiental e garantem que os agricultores sejam tratados e compensados ??de maneira justa - ou origem única, de apenas um país.
“Do ponto de vista do consumidor, as cooperativas podem ajudar a promover os agricultores responsáveis ??pela produção do café, tornando o consumo de café especial uma experiência mais humana ou orientada para a comunidade”, relatou o estudo publicado na revista Food Research International. "Há evidências de que os agricultores podem se beneficiar mais da rotulagem cooperativa dessa certificação de comércio justo".
Pesquisas anteriores sobre cafés certificado como comércio justo e orgânico mostram que os consumidores estão dispostos a pagar mais por rótulos éticos e sustentáveis. Além da rotulagem das cooperativas de agricultores, o estudo de Lansing ofereceu aos clientes opções de preços para café de diferentes países de origem.
Constatou-se que os clientes estavam dispostos a pagar mais pelo café rotulado como proveniente da Etiópia (66 centavos a mais por xícara), Ruanda (52 centavos), Peru (52 centavos) e Brasil (38 centavos).
A maioria das cafeterias cobra o mesmo preço por uma xícara, independentemente do país de origem. Por outro lado, quando compramos vinho, o preço varia de acordo com a origem deles, um diferencial que reflete em parte as diferenças de onde o vinho é e seus custos trabalhistas.
Uma lição do estudo é que o consumidor é uma pessoa dinâmica. “As preferências estão sempre mudando. Vemos que os consumidores estão se preocupando com os aspectos sociais. Isso tudo faz parte da sustentabilidade”, relata.
Quanto aos membros das cooperativas de café, os agricultores não estão ganhando muito dinheiro. “Os pequenos agricultores geralmente são muito pobres e temos que cuidar do bem-estar do setor, ou eles abandonarão suas fazendas. Temos que colocar o agricultor no centro da discussão, porque eles são os responsáveis ??pelo fornecimento do produto", afirmou. Foi observado que muito pouco do preço volta aos agricultores.
As informações são do Sentinal Standard / Tradução Juliana Santin