O Conselho Nacional do Café (CNC) participou do evento de abertura da 46ª edição do Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, realizado pela Fundação Procafé, com a co-participação da Embrapa Café, da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais (Seapa), da Universidade de Uberaba (UNIUBE) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Realizado na cidade de Poços de Caldas (MG), na última terça-feira (18), o encontro recebeu diversas lideranças do setor.
O evento constitui-se num ponto de encontro entre a pesquisa e a difusão tecnológica, beneficiando todo o setor cafeeiro. Consiste na apresentação de trabalhos científicos, seminários e debates, além de um dia de campo, com demonstrações tecnológicas em lavouras de café. Na abertura do Congresso, foram homenageadas personalidades importantes da liderança cafeeira e técnicos destacados, na pesquisa e na assistência técnica. Foram lançadas, ainda, três novas cultivares de café. No ambiente do evento, em salão próximo, ocorreu uma exposição de produtos, serviços e maquinários agrícolas, das empresas do segmento.
“Enfim, um evento na qual todos os interessados têm a oportunidade de levar e de obter novos conhecimentos, científicos e tecnológicos, frutos de estudos realizados por profissionais da mais alta qualidade”, destacou José Edgard Pinto Paiva, Diretor Presidente da Procafé.
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, disse em seu discurso de abertura que a pesquisa é um grande diferencial do café produzido no país: “Realmente sou um entusiasta da pesquisa porque temos a responsabilidade de fazer com que o mundo tenha alimentos saudáveis. Isso só é possível por causa do conhecimento e do avanço da tecnologia nas áreas produtoras. Vendo as novas variedades de café que foram apresentadas aqui no evento, acreditamos que temos um futuro brilhante pela frente”.
O Secretário de Agricultura de Minas Gerais, Thales Almeida Pereira Fernandes, esteve no evento e destacou o papel da cultura do café para o estado. “O café é o principal produto da agropecuária mineira. Minas Gerais bateu recorde de janeiro a setembro, com 11,6 bilhões de dólares em produtos exportados, sendo que o café representou 46% (4,4 bilhões) do valor global da exportação mineira em 2022. Em Minas, só o minério está à frente do café, mas temos a expectativa que em breve a posição se inverta. Temos que investir na extensão, na pesquisa, na questão sanitária, e é isso que a Seapa vem fazendo com o apoio do governador Romeu Zema. Estamos num congresso de pesquisa e num ano ímpar, diferente de todos, onde o governo de Minas está investindo 60 milhões em 72 pesquisas aplicadas e voltadas para o café. O estado tem o maior banco de germoplasma do mundo, na Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) de Patrocínio, e aqui temos pesquisas e pesquisadores premiados, que mostram o valor da cafeicultura nacional, gerando renda, valor e dignidade”, explicou.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio de Salvo, a medalha não deixa dúvidas do reconhecimento do trabalho da entidade, que atua há tanto tempo em prol da cafeicultura “exemplar” de Minas Gerais. “É um orgulho para mim, que estou presidente do Sistema Faemg, mas é um orgulho maior para a Federação, que tem feito um trabalho brilhante e vai continuar fazendo, principalmente apoiando a pesquisa, que é o que precisamos para melhorar os nossos cultivares, a qualidade e a produção do nosso café”, disse.
Pesquisas avançadas
Produzir mais com menor custo. Essa é a fórmula da sobrevivência, segundo o presidente do CNC. “Temos defendido esse princípio em todas as oportunidades de fala, como fizemos agora na Colômbia durante reunião da Organização Internacional do Café (OIC). Discutimos lá e nos posicionamos contrários à diversidade de origem, que é um grande risco para a produção brasileira, pois muitos países não têm legislação social, nem ambiental. A concorrência será totalmente desleal. O Brasil investiu mais de R$ 400 milhões em pesquisas nos últimos anos. Não podemos abrir mão desses avanços em detrimento do produtor brasileiro, que há anos luta para a evolução da cultura. Nenhum país está tão organizado na cafeicultura como o Brasil está”, reiterou Silas Brasileiro.
Ele anunciou ainda que as linhas do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) estão recebendo importantes evoluções para proporcionar maior apoio às pesquisas. “Estamos modernizando as linhas e colocando mais recursos para empresas de pesquisas como a Embrapa, a Procafé e as Emateres. Vamos apresentar ao Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) as sugestões e cremos que essas mudanças criarão condições para que os estudos na cultura do café possam evoluir cada vez mais e desenvolver projetos diferenciados na cafeicultura”, encerrou o presidente do CNC.
As informações são do Conselho Nacional do Café.