Na última segunda-feira (30) foi realizada uma reunião virtual em que os conselheiros diretores do Conselho Nacional do Café (CNC) definiram o posicionamento da entidade em relação à severa estiagem e às altas temperaturas que atingiram o cinturão produtor do Brasil, principalmente em agosto e setembro, que deverão ocasionar perdas significativas na safra 2021, com possíveis reflexos na colheita de 2022.
O CNC entregou na quarta-feira (2) seu posicionamento à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; ao secretário de Política Agrícola, César Halum; e ao diretor do Departamento de Abastecimento e Comercialização do Mapa, Silvio Farnese, respectivamente.
"Diante do monitoramento que o nosso cooperativismo de produção e de crédito vem analisando no campo, nesse segundo semestre, apresentamos ao governo federal que o cenário climático impactará o desenvolvimento das safras brasileiras de café em 2021 e 2022. Isso porque, além da redução normal na produtividade, no ano que vem, devido ao ciclo de baixa da bienalidade do arábica, o calor e a seca também gerarão perdas devido ao abortamento de gemas florais e à redução do potencial produtivo das lavouras novas", explica Silas Brasileiro, presidente do CNC.
Segundo ele, o governo foi informado que o setor já iniciou discussões para desenhar cenários e estar preparado para apresentar e debater propostas eficazes para a proteção da renda dos cafeicultores.
"Aos produtores que sofrerem perdas significativas na safra 2021/2022 em função das adversidades climáticas, pretendemos apresentar, tempestivamente, as melhores propostas que viabilizem a recuperação de seus cafezais e a continuidade, de forma rentável, na atividade. Por isso, solicitamos aos governantes a preservação dos recursos do (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) Funcafé, pois eles são essenciais para manter o potencial produtivo dos cafezais", comenta.
O presidente do CNC aponta que, nesse momento, quando o Brasil acaba de finalizar uma safra produtiva, “de ótima qualidade e rentável”, é necessário focar o monitoramento do campo, a avaliação do potencial produtivo e o planejamento para a colheita 2021, com responsabilidade e fundamentação técnica.
"Qualquer medida ou proposta de projeto que surja, atualmente, não terá uma fundamentação técnica adequada. Há necessidade de observarmos o comportamento do clima até o começo de 2021, pois ele sinalizará se ocorrerão mais perdas ou a mitigação de prejuízos. Além disso, é sensato aguardar o primeiro levantamento da Conab (em 21 de janeiro), que, junto com a apuração de nossas cooperativas, apresentará avaliação quantitativa das perdas futuras, servindo de base para o desenho de quaisquer políticas necessárias para a proteção da renda dos cafeicultores", conclui.
As informações são do CNC.