O Conselho Nacional do Café (CNC) se reuniu ontem (11) com membros do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) para aprovação do orçamento recorde de R$ 5,071 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2019. Esses recursos representam uma evolução de 2,2% na comparação com 2018, quando a atividade contou com R$ 4,960 bilhões.
As linhas de financiamento de Custeio, Estocagem e Aquisição de Café (FAC) aumentaram a disponibilização de recursos, e as de Capital de Giro para Indústrias e Cooperativas de Produção passaram por um processo de otimização com base no histórico de demanda e liberações.
Para o presidente do CNC, Silas Brasileiro, a conquista do novo orçamento para o setor cafeeiro é essencial nesse momento de preços baixos e de colheita antecipada. “As linhas destinadas ao setor de produção somam cerca de R$ 3,5 bilhões, volume que será fundamental para que evitemos, nesses primeiros meses dos trabalhos de cata, a entrada de 9 a 10 milhões de sacas no mercado, o que pressionaria ainda mais as cotações”, analisa.
Em relação aos juros do Funcafé, as taxas foram mantidas as mesmas de 2018. Assim, as linhas de Custeio, Estocagem e FAC Cooperativas terão encargo anual de 7%, e as de Capital de Giro e FAC (com exceção às cooperativas) de 9,5% ao ano. A remuneração do Fundo ficou fixada em 4%.
O prazo de contratação de todas as linhas de financiamento do Funcafé tem vigência por um ciclo de 12 meses, com o período sendo aberto em 1º de julho de 2019 e fechado em 30 de junho de 2020. Até 31 de junho deste ano, o mutuário ainda pode tomar os recursos disponibilizados à safra 2018.
Também foi aprovada uma proposta do CNC que envolve a elaboração de um comunicado aos bancos oficiais, recomendando que não financiem a abertura de novas áreas com produção de café. Esse conteúdo será elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o CNC.
“A ideia da nossa proposta é direcionar os recursos para a renovação e para a atualização do parque cafeeiro existente e não estimular a expansão da área, o que levará ao desequilíbrio entre oferta e demanda e o consequentemente aviltamentos dos preços, que já se encontram em níveis insatisfatórios”, afirmou Brasileiro.
As informações são do CNC.