No mês de março ocorreu o seminário Café: Quão sustentável é o nosso futuro?, realizado no Quênia. O evento foi exemplo de colaboração entre a Organização Internacional do Café (OIC), a Global Plataforma do Café (GCP) e o Governo anfitrião do Quênia, durante a 124ª Sessão do Conselho Internacional do Café. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) esteve presente com o diretor geral Marcos Matos.
Marcos promoveu um debate no Painel “Colaboração público-privada para garantir a viabilidade econômica da cafeicultura”, que tinha como objetivo compartilhar os exemplos concretos desenvolvidos pelo Brasil, os fatores de sucesso e desafios do setor.
O Cecafé tem atuado para fomentar o conhecimento e as boas práticas nas regiões produtoras de café, com base nos Programas Criança do Café na Escola, Produtor Informado e Café Seguro, com importantes resultados que fortalecem a sustentabilidade de todos os seguimentos da cadeia produtiva.
O Programa Criança do Café na Escola, implementado a partir de 2003, já atendeu a 45 mil crianças das escolas públicas do meio rural. Com um investimento atualizado de R$ 9 milhões, o Programa conta com acesso a cerca de 137 laboratórios digitais, sendo 116 com internet, em 95 regiões produtoras dos sete estados mais importantes para a cafeicultura brasileira.
O Programa Produtor Informado foi criado pelo Cecafé em 2006 com o intuito de levar inclusão digital para o meio rural. A partir de 2015, com a parceria da Plataforma Global do Café, foram incluídas as boas práticas agrícolas e a atenção à legislação ambiental e trabalhista, com base no currículo de sustentabilidade da cafeicultura. Além das aulas, foram promovidos diversos dias de campo, com o objetivo de mostrar na prática os esforços na busca pela produção de café cada vez mais sustentável, com o aumento da produtividade e ampliação da aplicação de pesquisa, tecnologia e melhorias no campo. Até 2019, o Programa almeja capacitar aproximadamente seis mil produtores.
Atento às demandas internacionais para o setor, o Cecafé apoia o Projeto Mesa Café Brasil, a convite do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO) e da Catholic Relief Services (CRS). A iniciativa visa promover aspectos de transparência e promoção do trabalho decente no setor cafeeiro do Brasil e conta com o apoio de certificadoras, governos e importantes torrefadores internacionais.
Outro destaque é o Programa Café Seguro, que consiste em uma série de ações para orientar o produtor em relação aos cuidados no processo de produção que garantam, por exemplo, o uso correto de agroquímicos, beneficiando o consumidor, a qualidade do grão de café e protegendo o meio ambiente.
Os associados do Cecafé assumiram o próprio Código de Ética e Conduta, que busca ampliar para toda a cadeia de fornecimento os preceitos da ética e compromisso com as normas legais vigentes no país. Para tanto, foi criado o Selo de Sustentabilidade, seguindo os princípios estabelecidos no Código.
Durante as discussões da Sessão do Conselho Internacional do Café o Brasil foi eleito para presidir os trabalhos de negociação do novo Acordo Internacional do Café (AIC). O acordo atual, de 2007, vence em 2021. O AIC é o tratado internacional que define os objetivos da Organização Internacional do Café (OIC), cujo diretor-executivo é o brasileiro José Sette.
A Organização reúne países exportadores e importadores, com o objetivo de enfrentar os desafios do setor. Seus membros representam 98% da produção e 67% do consumo mundial de café. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial do produto, além de segundo maior consumidor e referência em sustentabilidade mundial, devido às leis sociais e ambientais mais rígidas do mundo, será o protagonista para a elaboração do novo Acordo Internacional do Café (AIC).
As informações são do Cecafé.