O café hondurenho tem um novo mercado em crescimento vertiginoso. Durante a atual safra 2017/2018, a Colômbia sextuplicou suas importações de café hondurenho. De 20.171 sacas de 60 quilos na safra anterior (2016/2017), o país elevou a compra para 121.062 sacas até o momento na safra atual, que termina em setembro próximo.
O aumento fez a Colômbia saltar da 22ª posição para a 10ª, entre os 51 países que compram café hondurenho. Isso está detalhado no relatório marketing do Instituto Hondurenho do Café (Ihcafé), no final de junho passado.
O curioso sobre este crescente mercado é que a Colômbia é o terceiro maior produtor de café do mundo, perdendo apenas para o Brasil e Vietnã, que tem o primeiro e o segundo lugar, respectivamente. A colheita anual da Colômbia é de 15,2 milhões de sacas de 60 quilos.
Enquanto isso, Honduras é o quinto país produtor com cerca de 7,6 milhões de sacas. Omar Fúnez, gerente técnico da Ihcafé, explica que os fatores que contribuíram para um aumento substancial das exportações de grãos de Honduras para a Colômbia se devem ao aumento do consumo interno naquele país. "A Colômbia nivelou sua produção. Eles abriram os cafés Juan Valdez em todo o mundo. Então eles estão enviando seu café para os diferentes mercados. O consumo interno aumentou e eles estão comprando cafés em diferentes países”, explica.
Os colombianos também produzem muito café liofilizado ou solúvel, o que estaria em ascensão. Outro fator é a abertura do mercado pelo Acordo de Livre Comércio (TLC) vigente entre Honduras e Colômbia.
Oportunidade
Os exportadores consultados comentam que a Colômbia viu um perfil de café hondurenho muito semelhante ao deles. É mesmo um dos países com os quais Honduras compete, já que muitos compradores, se não encontrarem café colombiano, procuram o hondurenho. "Isso é uma coisa boa, é outro mercado para o café hondurenho. É positivo, quanto mais mercados, melhor", disse Miguel Pon, gerente geral da Associação de Exportadores de Café de Honduras (Adecafeh).
Para Pon, a Colômbia é um produtor inteligente que exporta tudo o que pode em termos de café. Por outro lado, é um país que comercializa seu café há quase um século e que gera maior demanda, com o que Honduras pode aprender.
O aumento das exportações para o país sul-americano também mostra que "Honduras é capaz de exportar café para todos os mercados", disse ele. "É uma ótima oportunidade, porque nós produzimos, e se compram da gente países como Guatemala, El Salvador e Colômbia, não vejo problema em não vender. Somos um mercado aberto", disse José Serrano, gerente da Cooperativa Agrícola Cafetalera de San Antonio (Coagricsal), uma associação que exporta café.
Serrano considera que a capacidade de comercialização que a Colômbia tem para seu produto, e agora de outros países, é admirável. Ele explicou que esta cooperativa de produtores enviou 10 contêineres para o país com um preço de 30.000 dólares por contêiner. No entanto, consideram que deve ser tomado cuidado para respeitar a origem do produto devido à questão da reexportação.
Outros mercados
O ranking dos 10 primeiros compradores de café em Honduras é liderado pela Alemanha, com 1,53 milhão de sacas, seguido da Bélgica e dos Estados Unidos, com 1,38 milhão e 843 mil sacas, respectivamente. No quarto e quinto lugar estão a Itália e a França, seguidas pelo Reino Unido, Suécia, Coréia e Canadá.
Apesar dos baixos preços da saca de café, quase 15% menor do que no ano anterior, Honduras conseguiu receber receitas da ordem de US$ 1 bilhão para a exportação de 5,98 milhões de sacas. Na Colômbia, entre janeiro e junho, a colheita cresceu 2,5%, para 6,52 milhões de sacas de 60 quilos, e nos últimos 12 meses aumentou 2%, para pouco mais de 14,3 milhões de sacas, informou a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia.
O aumento nos embarques de café hondurenho para a Colômbia reduzirá o déficit comercial de 140,8 milhões de dólares registrado em 2017, segundo o Banco Central de Honduras (BCH).
As informações são do La Prensa / Tradução Juliana Santin