A Colômbia entra e sua terceira semana de manifestações contra o governo, com sindicatos, estudantes, pensionistas e trabalhadores indo às ruas. As manifestações, que em alguns momentos se tornaram violentas, foram iniciadas no final de abril pela revolta contra um plano tributário já descartado, mas as exigências dos manifestantes se ampliaram e incluem o fim da violência policial, apoio econômico, agora que a pandemia de Covid-19 afeta os rendimentos, e a retirada de uma reforma da saúde.
O presidente colombiano, Iván Duque, ofereceu diálogo, mas muitos manifestantes expressam ceticismo de que as promessas do governo levarão a mudanças. Manifestações menores e bloqueios de ruas continuam a acontecer diariamente em todo o país.
Até 40 mortes de civis supostamente ligadas aos protestos estão sendo investigadas pelos ombudsmen de direitos humanos. Grupos de direitos humanos locais e internacionais alegam que o número pode ser maior e culpam a polícia.
De acordo com Clara Luz Roldán, governadora do distrito de Valle del Cauca, localizado no sudoeste do país, devido aos fechamentos e bloqueios que foram impostos desde o início dos protestos, "há uma escassez total" de alimentos e combustíveis, o que aumenta a crise social e humanitária, causada por um terceiro pico da pandemia de Covid-19.
A polícia nacional iniciou dezenas de investigações disciplinares e três agentes já enfrentam acusações de homicídio. O desemprego na Colômbia chegou a quase 17% em áreas urbanas em abril e o país parece prestes a perder sua nota de crédito de investimento em meio às quedas no valor da dívida pública, no mercado de ações e na moeda, o peso.
Segundo o presidente, os bloqueios estão fazendo com que pessoas em várias cidades do país não recebam alimentos, vacinas, oxigênio e até mesmo o direito ao emprego.
As informações são da Reuters e CNN.