Foto Bryan Clifton / Café Editora
A Colômbia está na vanguarda do uso de tecnologias que detectam a impressão digital do café e que garantem ao consumidor a origem do produto que compra, indicou hoje um especialista que participa na cidade colombiana de Armenia a uma conferência internacional de café.
“Estamos usando a tecnologia espectroscopia de infravermelho próximo (NIR, da sigla em inglês), que permite encontrar a impressão digital do café e segmentar suas origens”, explicou o pesquisador do Centro de Pesquisas de Café (Cenicafé), Andrés Mauricio Villegas. O método NIR funciona a partir de uma lâmpada que emite luz sobre o café, o qual absorve e reflete os raios. Além disso, a lâmpada tem um equipamento que quantifica a luz que absorve o grão (seja inteiro, moído, torrado ou solúvel), define uma curva e, a partir de modelos matemáticos, em no máximo dois minutos identifica a origem do café.
“Na região do infravermelho, os compostos químicos vibram e se expressam como são. Essa região é a impressão digital química do grão”, disse ele. Graças aos resultados, foram instalados equipamentos com essa tecnologia nos três portos de exportação de café no país, em Santa Marta, Cartagena e Buenventura, de ondem saem 70% da produção ao exterior. “Nesses momentos, pode-se dizer que nos portos, 100% do café exportado passa por essa tecnologia”, disse Villegas, que indicou que esse método impede que fora da Colômbia se misturem diferentes tipos de grãos e se vendam como colombiano. “Essa é uma garantia para o consumidor que está consumindo a origem que lhe venderam”.
Segundo o Cenicafé, encarregado da pesquisa sobre produção de café no país, essa tecnologia também permite que a qualidade do produto seja consistente com a passagem do tempo. Villegas adverte que a Colômbia, que nos últimos doze meses exportou 7,1 milhões de sacas, não é o primeiro país a utilizar essa tecnologia, mas sim, “o primeiro a faze em escala de caracterizar regionalmente o café” para posicioná-lo a um nível de análise de rotina.
Os esforços do Governo e da Federação Nacional de Cafeicultores (FNC) para garantir a origem do café começaram em 2004, quando o Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural iniciou um projeto para decifrar os aspectos mais importantes do genoma do grão. A iniciativa para identificar as origens do café colombiano, que contou com um orçamento total de US$ 250.000, começou a se desenvolver e ser implementada em 2008. “A Superintendência da Indústria e Comércio começou a qualificar alguns cafés de diferentes regiões como únicos e impossíveis de serem repetidos. Com essa tecnologia, obtivemos quatro denominações de origem, do café dos departamentos de Cauca, Nariño, Huila e Santander”.
A reportagem é da agência EFE/ Tradução por Juliana Santin