A colheita brasileira começa a ter um ritmo maior com os trabalhos nas lavouras de café canéfora (conilon e robusta). Os produtores estão com a expectativa de uma safra maior e de melhor qualidade.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a produção nacional da espécie pode crescer até 16% este ano, enquanto que a de café arábica poderá apresentar redução de quase 40% na visão mais pessimista, o que tem dado suporte aos preços globais e no maior produtor e exportador global da commodity.
Cafeicultores de Espírito Santo e de Rondônia, os estados que mais produzem canéfora no País, colheram cerca de 15% das áreas, com os capixabas em ritmo mais lento do que no ano passado, quando a colheita foi menor.
“A safra corre bem e os cafeicultores estão animados em relação ao preço. A gente sabe que oscila muito, mas de forma geral tem um bom prognóstico”, explicou o pesquisador da Embrapa Rondônia, Enrique Alves.
O canéfora (conilon) do Espírito Santo está cotado a aproximadamente 465 reais por saca, com alta de 32% ante a mesma época do ano passado, a caminho dos maiores valores em termos nominais da história, que atingiram patamares acima de 500 reais pela última vez em 2017, segundo dados do Cepea/Esalq.
“Estamos esperando uma safra em torno de 15% maior que a do ano passado. Seria uma safra igual a 2019. Safra boa e preços bons, isso ajuda, com certeza”, disse Edimilson Calegari, gerente corporativo de mercado da Cooabriel, cooperativa com atuação no Espírito Santo e na Bahia.
A safra do Espírito Santo poderá crescer quase 23%, considerando a melhor estimativa da Conab, chegando a 11,3 milhões de toneladas, trazendo algum alívio para o mercado que verá um ano de baixa do ciclo do arábica.
As informações são da Reuters (por Roberto Samora).