Segundo pesquisados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o clima mais firme e seco dos últimos dias tem contribuído para uma colheita acelerada nas regiões produtoras de arábica e robusta. Porém, a comercialização segue lenta por conta da oscilação das cotações externas e internas. De maneira geral, os preços variam conforme o clima no Brasil, o câmbio e os fatores técnicos.
Na última semana, as oscilações foram observadas no café arábica, em que, segundo o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve máxima de R$ 430,26/saca de 60 kg e mínima de R$ 415,95/sc.
Além da variação dos preços, vale apontar que produtores comercializaram um volume considerável de café nos mercados físico e futuro (especialmente para a safra 2020/2021) na última semana de junho, por conta da valorização dos grãos. Agora a espera é por preços mais elevados para retomar a negociação de lotes de volumes mais expressivos.
De forma geral, o volume comercializado da safra 2019/2020 corresponde às entregas já programadas em meses anteriores e algumas vendas pontuais, devido à necessidade de caixa de produtores. Para agentes, o volume já negociado de café arábica em níveis nacionais é de 10% a 30% na parcial de julho (até o dia 19).
A colheita já está próxima do fim na maior parte das regiões de arábica. Os trabalhos no noroeste do Paraná já estão entre 85% e 90%. Em Garça (SP), esse percentual também é elevado: de 70% a 85%. Nas regiões da Mogiana (SP), Sul de Minas e Zona da Mata (MG), a colheita também está entre 70% e 80%. Já no Cerrado Mineiro, os trabalhos se encontram entre 60% e 75%.
Em relação ao canéfora, os preços também recuaram, refletindo as quedas externa e do dólar frente ao Real, o que afastou produtores do mercado. Além disso, agentes apontam que a maior parte da comercialização da safra 2019/2020 do robusta ocorreu no início da colheita, entre maio e junho, uma vez que produtores necessitavam de caixa para a realização dos trabalhos.
Até 19 de julho, as vendas de café do Espírito Santo correspondiam de 20% a 30% do total. Em Rondônia, por outro lado, um maior volume de café foi comercializado, uma vez que a maior parte do volume havia sido negociada anteriormente. Segundo colaboradores do Cepea, cerca de 40% a 50% da safra já foi vendida.
Em Rondônia a colheita já foi encerrada no início deste mês. No Espírito Santo, as atividades foram praticamente finalizadas na semana passada, restando apenas algumas catações pontuais e varrições.
As informações são do CEPEA/ESALQ e Agência Estado