Em entrevista ao portal Notícias Agrícolas, o diretor comercial da Cocapec, Saulo de Carvalho Faleiros, comentou sobre o atual cenário das lavouras de café na Alta Mogiana, em São Paulo. Após enfrentar o maior déficit hídrico dos últimos anos, a cooperativa já observa um atraso no desenvolvimento da planta para safra de 2022/2023, que, na teoria, seria de ciclo alto para o Brasil. Segundo Saulo, as chuvas do final de ano iniciaram o processo de recuperação da planta, paralisaram o processo de perda na safra 2021/2022, mas as chuvas dos próximos 90 dias serão determinantes para a continuidade do desenvolvimento da planta em 2022.
Em relação à safra desse ano, a Cocapec destaca que, devido ao ano de ciclo baixo, a produção já seria 50% menor se comparado com 2020, mas a seca prolongada acrescenta mais 15% de baixa na safra a ser colhida esse ano. Ainda de acordo com a cooperativa, a chuva é regular em grande parte da região, mas alguns pontos da Alta Mogiana ainda enfrentam veranicos mais intensos.
Saulo aponta que as altas dos últimos dias são influenciadas pelas questões cambiais. "O café está oscilando muito, sobretudo nas últimas três semanas. Assim como nas demais commodities, o mercado está especulativo e muito influenciado pelo câmbio", comenta.
Em relação à seca sofrida pelo Brasil no ano passado, o especialista afirma que o mercado ainda não precifica com base na quebra do Brasil, e que os números oficiais da safra, com o início da colheita em três meses, podem chegar a dar suporte aos preços nesse sentido.
As informações são do Notícias Agrícolas.