O Conselho Nacional do Café (CNC) solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) agilidade na liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2018.
De acordo com o CNC, para evitar qualquer atraso na liberação dos recursos do Fundo, é vital que as minutas de resoluções que tratam dos juros e dos prazos de contratação das linhas de financiamento estejam aptas para serem deliberadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em sua reunião de 24 de maio.
O início do trâmite para a assinatura dos contratos para operação dos recursos do Funcafé pelos agentes financeiros depende desses votos do CMN e que sua aprovação até o final de maio é pré-requisito para que os recursos do Fundo estejam disponíveis aos produtores e suas cooperativas a partir do início de julho.
O CNC também solicitou a prorrogação do prazo de contratação da linha de Custeio do Funcafé com recursos remanescentes do orçamento de 2017 para 31 de julho deste ano. O prazo oficial se encerrou em 28 de fevereiro.
A ação se justifica porque essa medida é imprescindível para garantir fluxo contínuo de oferta de crédito para o financiamento da colheita até que os recursos do orçamento 2018 estejam oficialmente contratados pelos agentes financeiros.
Por ter ciência que a safra brasileira 2018 é de bienalidade positiva, o CNC entende que a disponibilização tempestiva dos recursos do Funcafé para o ordenamento da oferta é fundamental para evitar maiores aviltamentos de preços aos cafeicultores.
Segundo informações disponibilizadas pelo Mapa, o volume de recursos do Funcafé liberado aos agentes financeiros, com data de referência de 9 de maio, chegou a R$ 3,413 bilhões, representando 74,24% do total de R$ 4,598 bilhões solicitados na temporada 2017.
Do montante recebido pelas instituições, R$ 1,423 bilhão foi destinado para a linha de Estocagem; R$ 807,5 milhões para Custeio; R$ 683,9 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); e R$ 498,8 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 267,2 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 156,6 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 75 milhões para o setor de Solúvel.
Os contratos futuros do café tiveram desempenho negativo no acumulado da semana, sendo influenciados pelo início dos trabalhos de colheita no Brasil e também pela força do dólar.
A moeda norte-americana subiu diante da cautela de investidores antes da definição dos Estados Unidos em relação ao acordo nuclear do Irã, o que elevou a demanda em nível mundial. Investidores também acreditam que o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) deverá aumentar os juros quatro vezes até fechar 2018. Seguindo o ritmo externo, o dólar também se fortaleceu ante o real, encerrando a sessão de ontem a R$ 3,5467, alta de 0,6% na semana.
Na Bolsa de Nova York, o contrato "C" com vencimento em julho/2018 recuou 305 pontos na comparação com a sexta-feira passada, negociado a US$ 1,1955 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento julho do café robusta ficou cotado a US$ 1.743 por tonelada, declinando US$ 70 na semana.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que o tempo será instável nesta sexta-feira em parte do Estado de São Paulo e se generaliza no fim de semana, em função da passagem de uma frente fria que está no oceano.
O Serviço Meteorológico alerta, ainda, que pancadas de chuva mais intensas ocorrem nas faixas oeste e sul, mas todas as áreas continuam com condições para ventos de intensidade moderada a forte. Devido ao aumento da nebulosidade, as temperaturas devem diminuir.
No Brasil, apesar do início dos trabalhos de colheita em algumas áreas, o mercado segue praticamente parado, à medida que os preços não agradam os vendedores e também por causa da alta incidência de verde nos primeiros frutos colhidos. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para os cafés arábica e robusta ficaram em R$ 444,31/saca e a R$ 326,88/saca, respectivamente, com perdas de 1,5% e 1,1%.