Entre os dias 13 e 14 de fevereiro aconteceu, na África, o 3º Fórum Mundial dos Produtores de Café e o Conselho Nacional do Café (CNC) foi um dos participantes.
O evento que aconteceu em Kigali, Ruanda, contou com a presença dos principais países que produzem café no mundo e teve como destaque sua praticidade. Foram criados Planos de Sustentabilidade do Café que ajudarão os países produtores a projetar e implementar políticas abrangentes para garantir o futuro do setor, proporcionando prosperidade aos cafeicultores e promovendo a produção de café sustentável.
Durante o encontro foi realizado um painel, coordenado pelo Brasil, pela África e pela Índia, que serviu para a construção de um documento mundial que será enviado à União Europeia expondo a posição dos produtores de café de todo o planeta acerca das sanções impostas pelo bloco.
A Diretora Executiva da Organização Internacional do Café (OIC), Vanusia Nogueira, esteve presente e no seu discurso de abertura disse que a Força-Tarefa do Café é “a grande chave para preencher a lacuna entre as iniciativas públicas e privadas”. A brasileira destacou que o equilíbrio entre oferta e demanda são essenciais para que se possa reduzir a volatilidade do preço.
Natália Carr realizou uma apresentação, produzida pelo CNC, com soluções de direcionamento de estratégias mostrando o que o setor cafeeiro do Brasil tem feito para proporcionar aos cafeicultores uma produção cada vez mais sustentável, em todos os seus pilares: econômico, social e ambiental.
Silas Brasileiro, presidente do CNC, avaliou a participação do Brasil como um grande salto na visão mundial acerca do momento atual da cafeicultura brasileira. “Por sermos o maior produtor e exportador de café do mundo, precisamos estar sempre na vanguarda e na liderança de ações que impactam diretamente nosso produtor. Sempre tivemos participação efetiva nos Fóruns Mundiais e, mais uma vez, atuamos na construção de políticas internacionais em defesa da produção de café”, avaliou Silas.
Um dos temas mais discutidos em todo o Fórum foi a importância da visão global com relação ao “Living Income” (a tradução literal significa renda vital), porém, no contexto da produção cafeeira, o significado vai além, e quer dizer “renda próspera”. Em resumo, trata-se da necessidade de que o mercado comprador e consumidor entenda que o produtor precisa ter uma renda próspera, não apenas de subsistência.
“A cada ano o mercado está mais exigente com relação à qualidade do café e à produção sustentável. No entanto, esses cuidados geram mais custos aos cafeicultores, que não podem suportar esses aumentos sozinhos. Tanto Traders, quanto indústrias e consumidores precisam entender que o café produzido dentro dos princípios da sustentabilidade e com alto padrão de qualidade, custa caro. Vão ter que pagar mais no produto”, explicou Silas Brasileiro.
Para Juan Esteban Orduz, presidente do Fórum, todos querem tomar uma boa taça de café, mas ninguém quer pagar os altos custos de insumos e investimentos feitos pela produção. “Precisamos que os jovens produtores queiram ficar na atividade, mas só conseguiremos se a cultura for rentável”, explicou.
As informações são do CNC