Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), afirma diante das especulações sobre o volume da nova safra que ela não será recorde e deve se manter próxima a 60 milhões de sacas.
Para ele, os insistentes números apresentados por agentes internacionais podem ter a intenção de depreciar as cotações do produto. “Esquecem-se, porém, que tirar a renda e a competitividade do produtor impactará significativamente na produção em médio e longo prazo, pois veremos uma oferta em declínio e a consequente elevação dos preços diante da falta de café", afirma.
O presidente do CNC recorda que o cenário ideal é o equilíbrio na balança de oferta e demanda, com todos os agentes recebendo suas margens. "Volumes de produção e consumo equilibrados geram ganhos a todos os segmentos, a sustentabilidade econômica da cadeia e evita-se sobrepreços aos consumidores”, analisa.
O alerta ocorre em meio a um cenário de incertezas quanto ao consumo da bebida em função dos impactos da pandemia de Covid-19. Segundo Silas, a flexibilização que vem ocorrendo na Europa e na Ásia, continentes que contém grandes países consumidores e importadores do café brasileiro, permite a retomada do consumo fora de casa.
"Com essa abertura de cafeterias, restaurantes e demais estabelecimentos, teremos uma sinalização de qual será o impacto no consumo. Não podemos esquecer que o inverno ainda está para chegar no hemisfério norte e a tendência é que se consuma mais café", recorda.
Em relação à oferta do café brasileiro, Silas comenta que a colheita avançou para pouco mais da metade atualmente e que ainda existe uma preocupação com o clima nos próximos dias. "Temos previsão para a chegada de uma frente fria na próxima semana, que derrubará as temperaturas no cinturão produtor de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná. Necessário monitorar para ver se não há possibilidade de geadas, assim como também ficar de olho para a ocorrência de chuvas, as quais afetam a qualidade do café na época da colheita", alerta.
As informações são do CNC.