Durante a 127ª Sessão do Conselho Internacional do Café (OIC), foi realizado o 2º encontro da Força Tarefa Público Privada do Café, órgão criado para incluir o setor privado na discussão e formulação de soluções para aprimorar a condição de vida dos cafeicultores.
A Força Tarefa é uma consequência da Resolução 465 da OIC, que trata da crise de preços do café. O Conselho Nacional do Café (CNC) participou ativamente da redação desta resolução em 2018 e um dos mandatos conferidos à Organização foi a inclusão de torrefadoras, traders e demais atores do setor privado na discussão sobre a falta de renda no campo, de forma a compartilhar responsabilidades com todos os segmentos da cadeia produtiva sobre a sustentabilidade.
O CNC, em conjunto com as demais entidades que compõem a representação do setor privado no CDPC, tem acompanhado e enviado subsídios para os trabalhos da Força Tarefa. “O último documento elaborado pelas entidades, que foi muito bem recebido pelos parceiros internacionais, destaca as ações, projetos, governança e instrumentos de política cafeeira que tornam os cafés do Brasil os mais sustentáveis do mundo”, conta Silas Brasileiro, presidente do Conselho.
Ele revela que, neste documento, a entidade destacou as cooperativas de café como atores-chave na geração de renda no campo, promoção da resiliência dos produtores a choques externos e consecução de todas as dimensões da sustentabilidade. “A organização dos produtores em cooperativas permite que pequenos e grandes cafeicultores tenham as mesmas condições de acesso ao mercado e à tecnologia”, aponta.
Segundo Silas, aproximadamente um terço da produção brasileira de café passa por cooperativas. Os produtores cooperados têm acesso a serviços integrados que ajudam a aumentar sua resiliência contra choques externos e contribuem para a transparência do mercado. Entre esses serviços, no segundo encontro da Força Tarefa Público Privada do Café, o CNC destacou:
(i) equipe de agrônomos e técnicos que oferecem orientação para o uso de novas tecnologias e uma produção de café mais sustentável;
(ii) condições mais vantajosas de acesso a insumos e tecnologias devido ao maior volume de compras e oferta de barter;
(iii) serviços pós-colheita (secagem, limpeza, classificação e armazenamento);
(iv) acesso a financiamento;
(v) acesso facilitado aos mercados nacionais e internacionais e instrumentos de gestão de risco (hedge e barter);
(vi) agregação de valor à produção de café através da industrialização e do estímulo à produção de cafés especiais.
"Mostramos aos demais integrantes da Força Tarefa que os cafés produzidos e comercializados pelas cooperativas brasileiras são sustentáveis, principalmente porque os serviços oferecidos aos produtores cooperados são ações práticas alinhadas a objetivos que esta iniciativa da OIC busca alcançar: renda e bem estar; transparência de mercado; inclusão de jovens e mulheres e uma produção sustentável de café como um todo", conclui o presidente do CNC.
As informações são do CNC.