A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2020/2021 de café é entre 57,2 e 62 milhões de sacas de 60 kg. A colheita está próxima e até o momento o comportamento do clima tem ajudado para que este volume seja real, acredita o Conselho Nacional do Café (CNC).
Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, como os estoques nacionais do produto estão em seus menores níveis históricos, o montante a ser colhido será suficiente para que o Brasil honre seus compromissos com exportação e consumo interno, sem gerar excedentes. “Com esse equilíbrio entre oferta e demanda, o mercado pode ter menores oscilações e os preços voltam a ficar em níveis que gerem renda aos produtores”, projeta.
Contudo, Silas comenta que é corriqueiro, nessa época do ano, surgirem diversas especulações tendenciosas a respeito da safra brasileira. “O Brasil é o maior produtor mundial e jogar ao vento que teremos supersafra, safra recorde, só interessa a esses players, já que atuam com a intenção de depreciar o valor do produto e o comprarem a preços mais baixos”, critica.
O presidente do CNC recorda que uma das formas possíveis para o cafeicultor e as cooperativas de produção não serem afetados pelas oscilações geradas por especulações ocorreu na semana passada, quando o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) aprovou orçamento recorde de R$ 5,71 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2020.
Do total a ser disponibilizado para a cafeicultura a partir de julho deste ano, foram aprovados R$ 2,3 bilhões para a linha de financiamento de Estocagem; R$ 1,6 bilhão para Custeio; R$ 1,15 bilhão para Aquisição de Café (FAC); R$ 650 milhões para Capital de Giro; e R$ 10 milhões para Recuperação de Cafezais Danificados.
“Os recursos serão fundamentais para que os produtores não sejam pressionados a vender nos momentos de baixa e possam escoar sua safra ao longo dos 12 meses, otimizando sua renda”, destaca Silas
O presidente do CNC orienta que, dotados de orçamento do Funcafé, produtores e cooperativas se atentem às possibilidades que o mercado apresenta relacionadas a cotações e taxa de câmbio. “Eventualmente aparecem janelas de oportunidades nas quais podemos fixar preços futuros para o café. Não podemos perdê-las”, conclui.
As informações são do Conselho Nacional do Café.