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Clima seco é fator de preocupação nas lavouras brasileiras de café

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 01/12/2020

2 MIN DE LEITURA

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Com o calor e a seca no Brasil, as tradings de café começam a ter ideia dos problemas que o clima pode trazer para a próxima safra brasileira.

Segundo a Cooxupé, os grãos arábica tiveram pouco alívio em novembro, com chuvas abaixo das expectativas e os preços pagos aos cafeicultores brasileiros perto de níveis recordes. “As chuvas têm sido péssimas, bem abaixo da média”, disse o diretor comercial da Cooxupé, Lucio Dias, acrescentando que o impacto pode se estender até a temporada de 2022. “A situação é muito preocupante”, completou.

A estimativa já era de queda da produção brasileira após o recorde deste ano, já que os pés de arábica entram no ciclo de bienalidade, ou seja, de baixa para 2021/2022, mas a seca pode agravar a redução antes de uma possível recuperação do consumo, levando o mercado a um déficit. Um aperto da oferta do maior produtor mundial pode começar a causar impacto no final do próximo ano.

“Vemos uma alta dos preços do café. A queda da safra brasileira ainda não foi totalmente precificada”, aponta Carlos Alberto Fernandes Santana, diretor da Empresa Interagrícola, unidade da trading Ecom Agroindustrial.

As estações meteorológicas da Cooxupé mostram condições mais secas do que o normal desde maio. Em novembro, a região obteve 95% da precipitação prevista, embora a maior parte tenha ocorrido no final do mês, com temperaturas médias de 1º C acima do normal e máximas chegando a 36º. Isso tudo depois de um outubro seco, quando a chuva correspondeu a 60% do normal. A cooperativa pode divulgar a primeira estimativa da safra no final de janeiro.

Em dezembro, a Somar prevê volume normal de chuvas, mas com temperaturas acima da média. As principais áreas de cultivo podem receber 100 milímetros nesta semana, mas isso ajudaria a restaurar apenas 10 pontos percentuais do déficit de umidade em algumas partes.

As perspectivas mais negativas para o Brasil surgem após recentes furacões na América Central que ameaçam a produção da região, enquanto chuvas atrasam a colheita do canéfora (robusta) no Vietnã. Preocupações sobre a oferta impulsionaram os futuros de Nova York ao maior ganho mensal desde julho.

“Vejo os futuros subindo no primeiro semestre do próximo ano, já que a perspectiva de baixa produção coincide com o otimismo da vacinação contra a Covid-19, aumentando as perspectivas para a demanda por café”, disse Nelson Salvaterra, corretor da Coffee New Selection. Segundo ele, os preços podem retornar à faixa entre US$ 1,40 e US$ 1,50 por libra-peso em relação aos atuais US$ 1,23.

As informações são da Bloomberg/Money Times.

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